Safe Place II - Marina

• Melhor do que eu poderia imaginar

Acordei sentindo o meu cabelo enrolado em algo, abri os olhos devagar vendo Martina me encarando com os olhos bem abertos enquanto tinha sua mãozinha no meu cabelo.

— Você acordou sem chorar meu amor? — sussurrei sorrindo pra ela, Carina e Lucca permaneciam dormindo, todos nós juntos na cama do nosso quarto.

Levantei devagar pegando a Martina no colo e quando desbloqueei o celular vi que já eram 10h da manhã, desci as escadas encontrando Andy, Andrew Vic, Gabriella e Amélia na cozinha.

— Nossa, quase fui ver se vocês estavam respirando — Andy disse me fazendo dar uma risada.

— Fazia tempo que eu não dormia tanto assim — falei — Mal lembro da gente descendo do avião e minha cabeça segue doendo

— Você tomou um analgésico assim que entramos no avião — Andrew falou.

— Ela está tomando analgésicos desde que chegou em Los Angeles — Gabriella disse e eu revirei os olhos, porque tinha convidado ela pra cá mesmo?

— Que analgésicos são esses? Já era pra ter melhorado né? — Amélia perguntou preocupada.

— Nada demais, não é um tumor no cérebro — Falei brincando.

— Para de falar merda Maya — Andy me deu um soco no braço.

— Ei não me agride eu estou carregando um bebê — Falei olhando pra Martina que tinha a cabecinha deitada no meu ombro.

— Depois eu vou dar uma olhada nesses remédios — Amélia falou.

— Você deve estar com fome né? — falei com Martina — A mamãe vai ver se ainda tem leite da teta da sua outra mãe no congelador

— Voi americani siete così divertenti — Gabriella riu dizendo que éramos engraçados.

— Ela tá tão quietinha — Andrew disse fazendo carinho no pezinho dela e eu suspirei.

— To preocupada, ela não é assim — dei um beijo no topo da cabeça dela — Espero que isso passe.

— Vai passar Maya — Andy sorriu para mim — Vocês são fortes e estamos aqui pra apoiar vocês.

Eu forcei um sorriso de volta pra ela enquanto tirava o leite da Martina do congelador colocando na máquina que esquentava a mamadeira. Minha cabeça ainda doía e eu só pensava nas horas que ela ficou longe de mim, o que ela deve ter sentido, o medo e pavor na cabecinha tão pequena eu sentia até saudade dos choros intermináveis dela.

— Ei, eu vou subir pra tentar dormir mais um pouco e por ela pra dormir — Falei — Vocês podem ir fazer as coisas de vocês, não precisam se sentir presos.

— A gente tá ótimo aqui Maya — Amélia falou — Só se você quiser que a gente vá embora.

— Não! Podem ficar a vontade — falei.

— Vou chamar vocês em algumas horas pra comer — Gabriella falou e eu assenti.

Subi as escadas em direção ao nosso quarto, apertei o botão que fechava a cortina deixando apenas uma fresta de luz, peguei o cobertor do chão colocando em cima do Lucca enquanto me ajeitava com Martina entregando a mamadeira na mão dela e Carina começou a se mexer.

— Não queria te acordar, desculpa meu amor — falei quando ela abriu os olhos.

— Que horas são? — ela sussurrou

— 10:30h — falei acariciando seu rosto.

— Nossa, eu dormi muito — ela falou bocejando.

Observei ela dar um suspiro de alívio ao ver Martina deitada entre nós duas mas logo foi substituído por um gemido de dor.

— Ei o que você tem? — perguntei preocupada.

— Meu seios estão doendo bastante — ela fez uma careta — Martina mamou super pouco no vôo.

Eu respirei fundo esfregando o rosto, eu conhecia a minha esposa e sabia que o momento que ela mais presava com a Martina era a amamentação. Levantei da cama e estendi a mão pra ela.

— Vem, vamos tomar um banho quentinho, eu li muito sobre isso e sei que ajuda.

Ela segurou minha mão se sentado na cama e eu me abraçou pela cintura, eu segurei ela contra mim dando um beijo no topo da sua cabeça.

— To com medo do estresse disso tudo que aconteceu ter afetado a minha produção de leite — ela confessou num fio de voz.

— Vai enchendo a banheira, eu vou trancar a porta e ajeitar a Martina e cuido de você me amor — falei enquanto segurava seu rosto e ela sorriu.

Ela seguiu em direção ao banheiro e eu peguei a mamadeira da cama colocando no chão enquanto ajeitava a Martina que já dormia para que ela não engasgasse, coloquei travesseiros ao seu redor e tranquei a porta do quarto indo em direção ao banheiro.

Assim que entrei vi que Carina tirava a roupa enquanto a banheira enchia, ela tinha os ombros curvados e eu sabia o quão mal ela estava, abracei ela por trás dando um beijo no seu ombro.

— Meu amor, você é incrível, eu sei que está preocupada, mas não esquece que você é uma mãe maravilhosa, forte e capaz, independente de qualquer coisa. — falei numa tentativa de confortar ela.

— Eu só quero dar o melhor pra ela — ela sussurrou com a voz chorosa.

Terminei de tirar a roupa e entramos na banheira, ela sentou entre as minhas pernas e encostou o corpo no meu respirando fundo mais uma vez.

— Vou te ajudar com uma massagem, você vai se sentir melhor em breve. — falei.

Com movimentos delicados, comecei a massagear suavemente os seios de Carina, observando com satisfação enquanto a tensão em seu rosto diminuía aos poucos. Ela fechou os olhos, relaxando sob o meu toque.

— Isso está tão bom bambina — ela suspirou de alívio.

— Você merece todo o cuidado do mundo, meu amor, eu vou estar sempre aqui para você,e pra nossa família não importa o que aconteça. — falei deixando um beijo suave na sua bochecha.

— Eu sei que vai, você é melhor do que eu poderia imaginar — ela falou.

— Me perdoa, por ter te feito passar por tudo isso... Por não ter protegido a nossa filha.

— Maya não — falou num tom de voz mais alto — Não é sua culpa

— E nem sua — falei — Eu te conheço, sei o que está passando nessa sua cabecinha.

— A gente vai passar por isso não vai? — ela me olhou.

Os seus olhos transbordavam de lágrimas e eu nem sei se ainda tinha as minhas.

— Claro que vamos — falei — Vamos passar por isso juntas, eu você e nossos filhos perfeitos.

— Eu tenho tanta sorte — ela disse se aconchegando mais ainda em mim.

— Você não sabe o que está falando — dei uma risadinha e beijei sua boca — A única sortuda aqui sou eu.