• Até logo

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Acordei com o som da campainha e o corpo deliciosamente dolorido, vesti rapidamente o vestido que estava no chão e fui abrir a porta dando de cara com Amélia, Scout e Lucca

— Vim trazer uma entrega especial pra você — ela disse — O Andrew disse que ele poderia ficar brincando com as crianças e vir embora só mais tarde, mas ele insistiu em vir comigo

— Eu queria ficar com você mamãe — ele me abraçou pela cintura

— Nós vamos ficar juntos, Picollo — fui na intenção de abraçar ele, mas senti uma tontura me dominar

— Ei calma, calma — ela colocou a cadeirinha do scout no chão pra segurar

— Fiquei tonta do nada — falei enquanto ela me sentava no banco da cozinha

— Você comeu algo? — ela me olhou

— Não — falei — acabei de acordar

— A mamãe tá doente? — Lucca perguntou preocupado

— A sua mãe tá só precisando comer — Amélia disse olhando ao redor vendo as roupas jogadas na sala — Já que pelo visto ela estava muito ocupada com outras coisas

Amélia me fez um sanduíche pra mim enquanto esperávamos o almoço que pedi de restaurante já que a Maya não tinha feito compras aqui pra casa.

Peguei meu celular e vi a mensagem da Vic

— Maya esqueceu o celular em casa — Falei olhando ao redor procurando o aparelho

— Onde posso trocar ele? — Amélia perguntou levantando scout no ar enquanto fazia uma careta

— Pode ir no primeiro quarto de visitas, o que é quase seu de tanto que fica lá — falei — Lucca leva ela lá e aproveita pra arrumar as suas coisas

— Tá bom mamãe — ele disse subindo as escadas correndo

Procurei o celular da Maya pela cozinha e sala e não vi, pensei até que poderiamos ter esquecido no avião quando vi a ponta dele embaixo do sofá. Me abaixei com cuidado pra pegar e o aparelho acendeu na minha mão.

A curiosidade chegou na hora

Não, isso é invasão de privacidade, pensei

Tenho todas as senhas dela, logo não tem problema eu ver. E a curiosidade me venceu.

Eu não consigo respirar, meu estômago se revirava de ânsia depois de ver todas as mensagens que ela trocou com owen nos últimos meses, aquela não era a minha esposa... a minha Maya não seria capaz de dizer tantos absurdos, a minha Maya jamais cogitaria nada daquilo.

— Carina eu... — ouvi a voz da Amélia distante — Ei, ei tá tudo bem? — ela me balançou

— Eu não conheço minha esposa — falei num fio de voz

— Carina o que aconteceu?

Entreguei o celular pra ela que leu as mensagens e engoliu seco ao terminar.

— Amélia isso não é normal — falei sentindo as lágrimas escorrerem no meu rosto

— Não é normal, mas não é de outro mundo — ela segurou as minhas mãos — Olha Carina, você sabe que eu já fui uma viciada e as vezes inconscientemente nos dizemos coisas que não diríamos em sã consciência

Safe Place II - Marina Onde histórias criam vida. Descubra agora