• Alerta Amber

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No intervalo das gravações, enquanto estava no camarim, tentei ligar para Maya, mas seu celular só ia para a caixa postal. Estranhei, pois normalmente ela sempre atendia minhas chamadas. Tentei então ligar para Gabriella, mas aconteceu a mesma coisa. Um aperto no peito começou a surgir, como se algo estivesse errado.

Distraída, deixei a televisão ligada no camarim, assistindo a um programa qualquer para tentar aliviar a tensão. De repente, a programação foi interrompida por um plantão, e a mensagem de alerta Amber surgiu na tela. Meu coração deu um salto.

Antes que pudesse processar completamente a situação, a porta do camarim se abriu com violência. Gabriella entrou apressada, acompanhada por uma produtora e um segurança. Gabriella imediatamente desligou a televisão, seus olhos transmitindo puro desespero enquanto se aproximava de mim.

Ela segurou minha mão com firmeza, seus dedos tremendo visivelmente. Me levantei nervosa, sentindo meu estômago se retorcer em agonia.

— Gabriella, o que está acontecendo? — minha voz saiu apressada, repleta de ansiedade. — Por favor, me diz.

Gabriella respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas. Seus lábios se abriram, mas nenhum som saiu. Por um momento, o silêncio pairou no ar, carregado de tensão.

— Carina... — ela começou, sua voz falhando. — Houve um... um incidente. Com a Martina.

Meu coração deu um salto. Meu mundo pareceu desabar ao ouvir aquelas palavras. Uma onda de pânico e desespero me atingiu em cheio, me fazendo tremer dos pés à cabeça.

— O quê?! — minha voz saiu em um sussurro, mal conseguindo formar as palavras. — Onde está minha filha? O que aconteceu com ela?

As lágrimas começaram a embaçar minha visão, e senti minha respiração se tornar irregular. Gabriella se aproximou mais, seus olhos cheios de lágrimas também.

— A Martina... ela... ela desapareceu, Carina. — as palavras dela foram um golpe, atingindo-me com uma força avassaladora.

Foi como se uma faca tivesse sido enfiada bem no meu coração e tudo o que pude fazer foi deixar que a dor e o desespero tomassem conta de mim. Minha pequena Martina, minha filha tão amada, estava desaparecida. E eu não sabia o que fazer.

— Por que vocês não me contaram antes? — minha voz saiu trêmula.

Gabriella abaixou a cabeça, parecendo ainda mais abatida.

— Tentamos, Carina, mas estávamos tentando obter mais informações antes de te preocupar — explicou ela, com a voz carregada de culpa.

Eu sentia raiva por não ter sido informada imediatamente. Minhas mãos tremiam enquanto eu tentava processar tudo aquilo. Eu precisava saber o que aconteceu, mesmo que isso só aumentasse minha angústia.

— Como aconteceu? Onde estava Maya? — perguntei, minha voz falhando diante do medo.

— Ela acordou e a Martina não estava mais lá — Gabriella disse num fio de voz.

Minha mente girava em um turbilhão de pensamentos e emoções. Meu instinto era ir imediatamente até Maya, como ela pode não perceber enquanto levavam a própria filha do lado dela? mas sabia que ela já estava sofrendo o suficiente. Em vez disso, eu precisava focar em encontrar nossa filha.

— Eu tenho que encontrar minha filha — minha voz saiu firme, determinada, apesar do medo que me consumia por dentro.

— Nós estamos fazendo tudo senhora Deluca Não vamos descansar até encontrarmos a Martina — o segurança disse me olhando seriamente seus olhos cheios de determinação.

Ao sairmos do estúdio, fomos recebidas por uma cena de caos controlado. Policiais e seguranças se aglomeravam na saída, suas expressões tensas refletindo a gravidade da situação.

Nosso carro principal estava cercado por três homens, e assim que entrei, me deparei com Lucca, seus olhos cheios de lágrimas, o rosto contorcido pela angústia.

— Mamãe, eu estou com medo! — ele soluçou, se agarrando a mim com força.

Meu coração se partiu ao ver meu filho tão vulnerável e assustado. Eu o abracei com ternura, tentando transmitir calma mesmo que meu próprio coração estivesse em pedaços.

— Va bene amore mio, estamos juntos, e vamos encontrar a Martina. Eu prometo — sussurrei, acariciando seus cabelos enquanto lutava contra as lágrimas que ameaçavam cair dos meus próprios olhos.

O trajeto até o hotel foi silencioso, permeado apenas pelo som do choro abafado de Lucca e pelo bater acelerado do meu coração. Quando finalmente chegamos, encontramos o hotel completamente fechado.

Subimos apressadamente até o nosso quarto, e a primeira coisa que fiz foi abordar o segurança que estava de guarda.

— Onde está a minha esposa? — perguntei, minha voz soando mais urgente do que eu gostaria.

O segurança, um homem de expressão séria, apontou na direção do corredor.

— Ela está na sala de câmeras, reunida com o investigador da polícia. Eles estão tentando obter mais informações sobre o que aconteceu — ele respondeu, se mantendo firme diante da minha inquietação.

Minhas pernas tremiam enquanto eu entrava a sala de controle das câmeras. O olhar de Maya encontrou o meu, mostrando a nossa dor profunda e compartilhada.  Andei na sua direção, sentindo ela me apertar firmemente entre os braços enquanto as lágrimas inundavam nossos rostos. Juntas, choramos, deixando toda a angústia e o desespero saírem, minhas pernas começaram a fraquejar e maya  me segurou com sua presença reconfortante.

— Amor, eu... eu sinto muito. Eu deveria ter... eu devia ter... — Maya tentou falar entre soluços, sua voz carregada de culpa e vergonha.

— Shh... Não, Bambina, não é sua culpa. Nós vamos encontrar a Martina, nós vamos trazer a nossa bebê de volta — falei, tentando acalmar ela, mesmo sentindo próprio coração em pedaços.

— Eu vou encontrar ela, meu amor, eu vou! Eu te prometo que vou — ela segurou meu rosto entre as mãos, e eu sabia que ela iria cumprir essa promessa.

Safe Place II - Marina Onde histórias criam vida. Descubra agora