Após trocarem seus votos e viverem uma lua de mel que parecia saída de um conto de fadas, Maya e Carina, acompanhadas do pequeno Lucca e do seu melhor amigo Capitão, encontram-se diante dos desafios da vida real. A harmonia perfeita da lua de mel é...
Coloquei o meu uniforme e desci em direção à cozinha, onde os meus amigos já estavam reunidos.
— Maya — Vic foi a primeira a me abraçar — Não achei que você iria voltar agora.
— Eu precisava voltar — falei, forçando um sorriso.
— O Ruiz finalmente vai embora? — Miller comentou.
— Ainda não — falei, respirando fundo — A chefe Ross ainda não acha que eu estou pronta para voltar, então ele vai seguir sendo capitão junto comigo.
— Olha Maya, não queria dizer, mas eu concordo com ela — Andy disse.
— Eu me sinto pronta para voltar — falei — Prefiro estar aqui com a mente focada no trabalho do que em casa, lembrando do meu irmão e me afundando na dor.
— Você pode contar com a gente, Maya — Ben disse.
— E eu preciso da ajuda de vocês — falei, olhando para os lados e apoiando a mão na mesa — Eu não estou bem e nem tenho previsão de ficar, mas estou me esforçando, e seria ótimo se vocês não perguntassem diversas vezes isso para mim na frente do Ruiz. Eu sei que vocês se preocupam, mas eu estou fazendo o possível para ficar bem.
— Nós vamos te apoiar, capitã — Jack disse, e ouvi passos atrás de mim.
— Quer começar como capitã no primeiro turno? — Ruiz disse, chegando na cozinha.
— Você que sabe — falei.
— Pode começar então — ele disse — Deve estar com saudades do trabalho.
Vic passou do meu lado após o Ruiz sair e falou no meu ouvido.
— Eu não odeio ele.
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O alarme da estação tocou atraindo nossa atenção e me dando um pico de empolgação no mesmo momento, a melhor escolha com certeza foi voltar ao trabalho e ocupar minha cabeça. O incidente era em um prédio comercial envolto em chamas. A fumaça espessa obscurecia o céu, anunciando um cenário caótico. Cada segundo contava, e eu precisava guiar minha equipe com precisão.
— Tenente Herrera e Tenente Ruiz foquem na evacuação do primeiro andar! Tenente Gibson, Warren, controlem o fogo na lateral oeste! Hughes e Miller, concentrem-se na busca e resgate, verifiquem cada sala! — Ordenei rapidamente observando eles agirem no mesmo instante
O prédio tinha muitas salas e o fogo se alastrou com velocidade, pedi a central reforços enquanto me preparava para também entrar em cena, o calor intenso parecia tentar nos impedir a cada passo.
A viabilidade era muito baixa quando cheguei ao segundo andar, entrando numa sala, foi então que, no meio do tumulto, me deparei com uma vítima, um homem ferido e ensanguentado. Ver todo aquele sangue me desencadeou um pânico instantâneo, minha mente voltou para aquele terrível dia em que vi meu Emmet cair. A paralisia ameaçou me consumir, quando ouvi a voz de Ruiz atrás de mim.
—Capitã Bishop, respire fundo. Estamos aqui para ajudar, tá tudo bem ele só tem um corte na perna está vendo? Concentre-se, vamos cuidar dele — A voz de Ruiz cortou o nevoeiro de lembranças, me trazendo de volta ao presente.
Aceitei a ajuda do tenente Ruiz, e juntos conseguimos estabilizar a vítima e encaminhá-lo para os a ambulância, o incêndio demorou um certo tempo para ser apagado e todas as vítimas encaminhados para o hospital.
Assim que entrei no caminhão minha mente só conseguia pensar que provavelmente aquele seria o meu último chamado como capitã, talvez até como bombeira, Ruiz com certeza contaria para a chefe Ross sobre o que tinha acontecido e ela me jogaria para o atendimento.
— Eu vou contar pra chefe, ok? — falei quando ele assumiu o lugar do motorista — Você não precisa fazer isso, pode deixar que eu mesma falo.
— Eu não iria contar — ele disse.
— Não? — perguntei surpresa.
— Maya, eu já perdi alguém que eu amo e sei como é se agarrar no trabalho como vauvula de escape e não sei também se você se lembra, eu que atendi você e o seu irmão.
— Eu me lembrei — falei num fio de voz.
— Eu tenho minha estação e amo ela, não quero tomar o seu lugar, sei que você me odeia por conta do menino Lucca mas pode ter certeza que eu me arrependo amargamente todos os dias da minha vida daquilo.
— Todos somos sucetiveis a erro — falei e ele deu um sorriso fraco.
Chegando na estação ouvi um latido conhecido e duas patas pesadas pularem em cima de mim me fazendo das passos pra trás.
— Maya você tá criando um cachorro ou um cavalo? — Vic disse olhando para o capitão
— Jesus esse cachorro tá muito grande — Miller disse
— É o bebezinho da mamãe — falei fazendo carinho na cabeça dele
— Nunca mais eu levo esse cachorro pra passear — Travis disse chegando até nos — Achei que seria um passeio tranquilo, foi pior que correr uma maratona
