Safe Place II - Marina

• Preciosidade

Acordei me sentindo extremamente confusa, meu corpo doía e a luz branco do quarto me incomodava. "Martina" foi a primeira coisas que eu pensei mas logo ouvi a voz da Maya num sussurro

— Você tem uma casa muito legal, com bastante espaço pra você correr e brincar com piscina e uma praia, não te falei como você é sortuda? E o seu irmão mais velho, ele vai ficar louco quando descobrir que você já nasceu, ele me fala todo dia de você

Eu finalmente tinha dado a luz a uma criança e escolhi a mãe perfeita para isso, não consegui contar um soluço junto das lágrimas que vieram com força pelos meus olhos o que chamou a atenção da Maya que me olhou.

— Eu consegui, eu tive um bebê — falei baixinho entre as lágrimas

— Você fez um trabalho incrível — ela levantou e olhou pra Martina — Vamos conhecer a mamãe?

Ela entregou o pacotinho no meu colo e eu chorei mais ainda, ela era simplesmente perfeita eu não podia acreditar ter feito essa preciosidade

— Ela é linda — falei com a voz falhando

— Ela é perfeita — Maya disse também chorando — Saudável e com um choro ensurdecedor — ela riu

Afastei um pouco a touquinha da sua cabeça vendo fios loiros e ralos

— Ela é loirinha igual você — falei vendo a bebê bocejar

Ela mexeu os bracinhos espreguiçando o corpo e eu nos duas ficamos olhando igual bobas a coisa mais preciosa que tínhamos. Martina franziu a sobrancelha e pelo movimento do nariz já sabiamos o que viria por aí.

— Ela vai chorar — Maya disse — Se prepara

Ela começou um choro alto fino e desesperado, sua cabecinha virava para o lado e eu entendi o que ela queria.

— Você tá com fome não é bambina?

Abri o avental do hospital oferecendo o seio para ela que pegou rapidamente sugando com força

— Ela realmente tava com fome — Maya disse rindo

Ficamos alguns minutos em silêncio ali apenas observando Martina mamar, ela tinha a mãozinha espalmada contra o meu peito, e eu olhei pra Maya não conseguindo segurar a pergunta.

— Você conseguiu chegar a tempo? — perguntei baixo

— Não — ela falou — Quando cheguei ela tinha acabado de nascer

— Desculpa não ter te avisado que tinha chego, mas acontece...

— Carina não vamos falar isso agora — ela me interrompeu já mudando a expressão — A nossa filha nasceu, vamos apreciar esse momento tá bom? Sem brigas

— Sem brigas — eu repeti olhando nos olhos dela.

Ouvimos batidas na porta e Maya disse que poderia entrar, era Amélia com Scout no colo.

— Vim dar uma passada aqui rapidinho pra ver essa bebezuca antes de deixar a praguinha na creche

— Amélia — ri brigando com ela dos apelidos que colocava no pequeno.

— Eu levo ele — Maya disse levantando — Preciso comer alguma coisa

— Não vai incomodar? — Amélia perguntou pra ela

— Claro que não — ela disse estendendo os braços pro bebê — Vem com a dinda bolinha

Ele deu uma gargalhada balançando as perninhas enquanto Maya pegava ele no colo.

— Puxa saco — Amélia disse revirando os olhos

Maya veio até mim e se abaixou na direção da Martina.

— Essa é sua priminha, você não vai poder ficar com ciúmes dela tá bom? — ela olhou pra ele que prestava atenção no que ela dizia — Já conversamos bastante, e ficou combinado que crianças de 05 meses de idade não tinha essas bobeiras né? Você vai ajudar a vigiar ela — ele sorriu pra ela — Bom garoto — ela disse

— Você vai voltar? — perguntei olhando pra ela

— Sim — ela falou dando um beijo na cabeça da Martina — Só vou comer e volto

— Tá bom — falei

Ela saiu e Amélia puxou o banco se sentando do meu lado

— Amiga como você pode parir uma coisa tão perfeita assim?

— Olha pra ela amiga — ajeitei ela de barriga pra baixa no meu colo com a cabeça no meu ombro — Ela é a cópia da Maya

— Mas isso era óbvio né — ela falou rindo — Não pode ter raiva de ninguém na gravidez

—  Quando a Arizona vem aqui? — perguntei — Quero ver os exames dela

— Relaxa Cá — ela riu — Ela tá ótima, Maya grudou nela e acompanhou tudo

— Acho que ela está com raiva de mim — suspirei

— Eu também estaria — ela deu os ombros

— Vou tentar recuperar a nossa família — falei confiante