• Record

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Eu dormi animada em viajar com a minha família completa pela primeira vez, mas agora eu já estava extremamente arrependida. Tudo que podia dar errado deu.

Eu e a Carina deixamos pra fazer a mala de manhã, o que nos atrasou muito, Martina estava extremamente enjoada e chorona por conta de dentes e Lucca vinha o caminho todo no carro reclamando porque esquecemos o videogame portátil em casa, sem que antes de sair de casa com o Andrea o capitão simplesmente comeu um pedaço da porta.

— Filho, você pode jogar no iPad da mamãe, e fica tudo resolvido sem transtorno — Carina falou pro Lucca percebendo o quanto eu estava começando a ficar irritada.

— Mas não é mesma coisa mamãe, lá tem todos os meus jogos — ele disse triste — Não podemos mesmo voltar?

— Não dá tempo — ela falou.

— E também você pode ficar dois dias sem jogos não é Lucca? Não é como se você fosse morrer por isso — falei e ele assentiu virando a cabeça pra janela.

Carina que segurou a minha perna e sussurrou "calma" com os lábios e eu assenti.

Assim que chegamos no aeroporto, o funcionário começou a tirar as nossas malas do carro e assim que tirei a Martina da cadeirinha ela imediatamente começou a chorar me fazendo suspirar.

— Cadê sua chupeta geladinha hein? — falei procurando na cadeirinha — To quase te dando um picolé.

Carina me olhou e riu e logo entramos no avião, Lucca foi logo para a poltrona do fundo que era a cama e pegou um gibi na sua mochila para se entreter e finalmente esqueceu a porcaria do videogame.

— Isso é prova de resistência — Carina disse pegando a Martina do meu colo sentando e oferecendo o peito pra ela — E você ainda quer mais filhos

— Nesses momentos eu quero devolver os meus — brinquei — Mas mais um não seria uma má ideia...

— Não quero pensar nisso agora — ela suspirou — E quem diria a Maya que não queria ser mãe e agora já pensa no terceiro filho

— Eu devo ter caído e batido a cabeça — falei fazendo ela rir — Na verdade acho que foi minha experiência de quase morte

-— Aí nem lembra disso — ela falou.

— É experiência pra contar pros nossos filhos amor — falei.

— Preferia não contar nada — ela falou e eu ri

Martina dormia no colo de Carina enquanto mamava e eu me aconcheguei na poltrona logo pegando no sono também.

Uma das coisas que eu aprendi depois que me tornei mãe é que eu nunca mais teria um sono pesado na vida, martina mal começou a resmungar no seu berço portátil e eu abri os olhos encarando ela.

— Quanto tempo ela dormiu? — perguntei pra Carina sentando e esfregando os olhos

— Exatamente 43 minutos — ela disse olhando no relógio no pulso

— Temos um Record então — falei me levantando pra pegar ela

— Deixa que eu pego, pode dormir mais um pouquinho — ela sorriu

— Não — falei observando ela com vários papéis ao redor — Foca aí no seu roteiro, eu fico com essa praguinha

— Aí não chama ela assim Maya! — Carina brigou comigo

— É apelido carinhoso não é meu amor? — falei sorrindo pra Martina enquanto tirava ela do berço.

Fui até o frigobar pegar uma água e reparei no Lucca dormindo todo esticado na cama.

— Esse aí apagou no mesmo instante que você — ela falou.

— Ele cresceu tanto — suspirei — Parece que foi ontem que ele era só um garotinho assustado, até a voz dele mudou Carina — virei pra ela chocada.

— Você imagina como foi a minha reação quando eu voltei? — ela falou — Parece que ele cresceu 3 anos em 6 meses.

— Mas seis meses não são pouca coisa né? — falei sentindo um nó na garganta quando ela lembrou daquilo

— Você quer mesmo falar sobre isso agora? — ela perguntou

— Você que tocou no assunto, eu não falei nada — falei sentando novamente na minha poltrona e ajeitando a Martina no colo

— Achei que bão fosse mais um tabu, afinal você já me perdoou

— Perdoei é claro — falei — Mas não significa que não me machuque mais

— Desculpa — ela sussurrou

— Tudo bem — sorri pra ela

Martina tentava pegar a garrafa da minha mão e eu afastava dela rindo enquanto ela se inclinava pra tentar alcançar novamente

— Ela vai se irritar — Carina riu

Antes ela terminar de falar, ela chutou a garrafa da minha mão fazendo rolar pelo chão do avião

— Mas você é muito estressadinha né? — falei — De quem você puxou isso? Nessa família todo mundo é calmo

Safe Place II - Marina Onde histórias criam vida. Descubra agora