15 • Sinal amarelo

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"Apesar de qualquer vestígio de atração que meu corpo possa sentir por você, meu cérebro sabe o que é melhor."

"Gossip Girl" (2007), prod. Josh Schwartz e Stephanie Savage

Antes tivesse deixado a desgraçada enchendo a cara no bar ou tombando de qualquer jeito, toda entrevada, no próprio apartamento

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Antes tivesse deixado a desgraçada enchendo a cara no bar ou tombando de qualquer jeito, toda entrevada, no próprio apartamento. Teria me poupado da tortura de vê-la em minha sala, quase sem roupa, sob a luz natural do sol que entrava pela varanda e realçava até suas perfeitas imperfeições.

Na bendita manhã seguinte, fora difícil ser um homem evoluído. O desejo enorme de ignorar a ressaca e terminar o que havíamos começado me revirava.

Mas eu tinha meus limites. Os princípios do seio familiar dos Asimov me impediram de cair de boca no familiar seio da Nkosi.

Agora, trocando em miúdos, nenhum limite podia ofuscar os níveis astronômicos de tesão aos quais Amanda me conduzira. Algo assim só tinha uma solução. Uma deliciosa solução.

Sim, adoraria fodê-la. Na força do ódio, rangendo a cama, descontando cada batida que ela dera na minha porta. E mais, com direito a dedo no cu e gritaria, apenas gemidos permitidos. Caso ela abrisse a boca para me aporrinhar, eu arranjaria uma coisa interessante para preenchê-la. Nada de sermão fora do horário do expediente.

Como eu adoraria... Flagrei-me fantasiando toda sorte de sexo intenso e sórdido, com troca de xingamentos e muito mais, com toda a raiva suprimida vindo à tona. Vi a mim fissurado em uma peça decotada, cavada em todos os lugares certos. E na espetacular mulher que a vestia. Ali era dentro.

O conjunto da obra me pegou de um jeito que jamais imaginei que pudesse acontecer. Daria para remediar minha atual situação se ela tivesse me tratado com frieza ou mesmo se a moleza da ressaca tivesse lhe deixado grogue. Mas não. Nem esse benefício ela me concedeu.

Assistir a um mulherão daqueles sair do meu apartamento — inteira e levemente bem-humorada, por incrível que pareça —, praticamente nua, depois de rolarem apenas uns beijinhos, sem nem ter chegado nas preliminares, não tinha remédio certo. Era uma ofensa grave. O pior dos castigos impostos por ela até então.

Naquele dia, motivado pela indignação, oficialmente revoguei minha sentença de desinteresse (decretada com tamanho vigor a princípio). Valia a pena, sim, investir todas as minhas energias em alguém que só de existir já me revirava do avesso de tanto ódio.

Já não me importava com as inúmeras pedras no caminhos ou com o gigantesco "porém" interposto entre nós. Eu a queria. Nem precisaria de um pacote de biscoito para passar o mês. Com ela, seria só boceta e água.

 Com ela, seria só boceta e água

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