22 • Animais

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"O que você está tentando fazer comigo?

É como se não pudéssemos parar, somos inimigos

Mas nos damos bem quando estou dentro de você"

Maroon 5 – Animals (tradução livre da autora)

Maroon 5 – Animals (tradução livre da autora)

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Beijei-o com gosto. Com violência.

Puxei e repuxei seus lábios ao ponto de deixá-los inchados, ao ponto de mirar seus olhos e encontrá-los embriagados por algo bem diferente do que o costumeiro bourbon. Arrastei-o para dentro do quarto sem demora. Sem me desgrudar dele.

Mordi o lóbulo de sua orelha e ouvi o sibilar suave de prazer escapar pelos seus lábios, senti seu arrepio ao esfregar minhas mãos em sua nuca.

Deixei-me levar a ponto de eu ter tido a iniciativa de arrancar as roupas de Igor (e as minhas, dada a vontade de adiantar o processo).

Para a surpresa geral da nação, minha mente funcionava perfeitamente naquele instante, havia bebido pouco e não tinha perdido a noção. Prolonguei o beijo insensato por pura e espontânea vontade.

Transformei-o em algo maior. Algo inevitável. Algo que, apesar de conhecer bem o sujeito em questão, eu desejava no momento.

Desejava não só aquele beijo delicioso. Eu queria mais, muito mais. E chegara ao ponto crítico no qual ele ser quem era perdia força como contra-argumento. Os apelos da minha própria vontade falavam mais alto.

No fim das contas, não havia nada de errado em tirar uma casquinha, experimentar uma colherinha do sorvete. Testar não era um crime, certo?

Além do mais, meu corpo pedia. Ceder só uma vez não faria mal a ninguém.

Vai ser só essa vez, prometi a mim mesma, amenizando a situação.

Uma noite, assim mentalizei.

            Os olhos dele faiscavam de desejo

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Os olhos dele faiscavam de desejo. De repente, aquele azul claríssimo, cravado em mim, predatório, não mais me desconcertou. Eu o apreciei. Deleitei-me em sua intensidade enquanto ele me sondava de cima a baixo. Aproveitei meu posto de musa para posar e, então, manter-me estática, à disposição das pinceladas do artista.

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