"As precauções de que ele se rodeou para que esse pressentimento se não realizasse fizeram precisamente que ele se houvesse concretizado."
Benjamin Constant
Amanda deveria ser proibida de andar vestida, cheguei à conclusão. Se com aquela pecinha de renda ela se mostrou um colírio aos olhos deste miserável homem, imagine sem!
Eu imaginei bastante. Minutos, horas, dias se passavam e eu continuava imaginando.
Imaginei tanto que, quase um mês depois, quando voltei para o apartamento com um grupo de modelos de passagem para a Fashion Week, tudo que eu conseguia enxergar era a imagem dela atravessando minha sala para ir embora.
Suas pernas grossas roçando uma na outra. A bunda exposta. O tecido ligeiramente embolado, acomodando-se em seu rabo, causando-me inveja. O decote profundo das costas, onde meus dedos não se acomodariam e logo tratariam de se livrar dos obstáculos para se fincarem naquela pele macia. Sua saída fora um espetáculo à parte.
Minha imaginação ultrapassou todos os limites ao rememorar as cenas daquele dia em um loop.
Além de vê-la de longe, eu a vi de perto. Ao meu lado, arranhando meu peito com suas unhas compridas, beijando meu pescoço com seus lábios cheios, gemendo meu nome. Até empinando a bunda enquanto a comia de quatro eu vi.
Ela estava em todas as posições. A postos em todos os momentos. Seu rosto substituía o de todas as outras.
Amanda pra todo o lado.
O tempo passava e nada de as suas imagens desaparecerem.
Recordava o seu inclinar gracioso para apanhar as roupas no sofá. Guardava imagens precisas de sua saída travessa, rebolando de propósito e deixando a bunda saltitar enquanto eu acompanhava o seu andar. Divertia-me com sua postura envergonhada, rodando a caneca de café nas mãos — toda sem jeito por ter se enganado a meu respeito.
Quando eu ia dormir, lá estava ela, no sétimo sono pós-bebedeira, do jeitinho que eu a deixei naquela noite. A lembrança vívida me dava uma estranha vontade de sussurrar um "dorme bem" ainda que não houvesse ninguém ali além de mim.
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Destino MotoCiclista
Romance+18 | Completo | Há quem acredite em providência divina, propósitos ocultos. Igor Asimov não é uma dessas pessoas. Para ele, as certezas alheias não passam de ilusão e a vida é um grande palco de improviso, com algumas coincidências vez ou outra. Ma...