Luiza Campos é casada, tem o emprego dos sonhos dela e uma família feliz, não que ela não goste da vida que tem, mas muitas coisas colocarão suas escolhas de vida à prova.
Valentina Albuquerque nunca foi boa (porque nunca quis) em atender às expect...
Hoje é a festa da família na escola do Léo, foi bem difícil convencê-lo a ir porque Nádia teve que viajar a trabalho de novo. Ela é advogada corporativa, por esse motivo ela pode muito bem escolher trabalhar aqui no Rio, mandar outra pessoa em seu lugar ou simplesmente controlar a própria agenda, mas por algum motivo, sempre escolhe os piores momentos para ir trabalhar. Sempre que pode nos escolher, escolhe a si mesma e a sua carreira.
- Filho, mamãe já disse que você é o homem aranha mais lindo que já vi? - olho rapidamente pelo espelho central do carro. Já é por volta de 14h, provavelmente a festa já começou, mas não perderemos muito dela.
- Obrigado - seu olhar pra mim entrega sua total insatisfação.
- Amor, eu sinto muito pela mamãe Nádia não estar aqui, sinto muito mesmo. Mas olha, a mamãe Luiza tá aqui com você, tô até de fantasia - argumento sem tirar os olhos da rua a nossa frente.
Escolhemos a fantasia dessa festa que além de ser da família, também é a fantasia. Eu escolhi ser uma amazona, Léo o homem aranha.
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- Eu sei, mamãe. Só fico muito triste quando ela não tá. - percebo que ele seca uma lágrima com as costas da mão. - Mas ela escolheu o trabalho de novo, eu sei.
Que o Léo tem um pensamento e uma fala bem avançados pra sua idade, isso eu já sabia, mas sua última frase me acerta na boca do estômago como se fosse um soco. Me fere e eu penso se revido, machuca meu filho e eu sinceramente não farei questão de ter muito controle sobre minha reação.
Chegamos em seu colégio, com sorte seus amiguinhos vão me ajudar a distraí-lo.
- Vem, meu amor. Não precisa ter vergonha, outras crianças também estão de fantasia.
- Tem certeza? - ele me olha desconfiado.
- Absoluta. - sorrio. - Olha! Tô vendo o Homem de Ferro e Capitão América ali no pátio... Sabe quem tá faltando?
Após me olhar com uma expressão de total dúvida se eu falava a verdade, Léo estende os braços para que eu o pegue no colo e assim faço o ajudando a sair do carro.
