Tinha Que Ser Você - Valu

CAPÍTULO 25

[POV Luiza]

Inicialmente ia tirar a semana de folga, mas depois da correria que foi a mudança e o processo de adaptação do Léo com babá nova, decidi tirar no total duas semanas pra descansar e colocar tudo em seu lugar, e quando digo isso, falo da mudança física e na do coração.

Ficar longe de Valentina tem sido bem difícil, ela despertou uma paixão e um amor tão intensos em mim que não consigo simplesmente não sentir mais nada. Sinto muita falta do seu toque, seu carinho, seu abraço, seu corpo, mas não posso deixar que minha carência e meu lado emocional me guiem nessa situação.

A Duda assumiu grande parte da investigação trabalhando com Hugo, seu quase namorado e melhor amigo da Valentina. Evito estar por lá quando sei que ela vai.

Quanto a Nádia, ela está estranhamente quieta, não me surpreende se estiver planejando alguma coisa. Também contratei uma equipe de advogados pra me auxiliar nesse processo, já que em breve teremos a primeira audiência de conciliação.

Já estamos em Maio, tem sido um ano bem atribulado, mas também de muita descoberta e aprendizado, só espero sobreviver a esse ano que nem chegou na metade ainda.

Hoje tive algumas reuniões longas e maçantes, como é sexta-feira, logo após a primeira reunião, marquei de ir em um barzinho com a Duda e o Hugo no fim do expediente. Eles juraram que não ficariam de melação perto de mim, mas pelo que conheço dos dois não serei nem a vela, mas a própria tocha olímpica.

De qualquer forma, cá estamos no Bar da Lapa, pedindo a primeira rodada de chopp do happy hour.

[POV Valentina]

Sempre achei que as pessoas poderiam tentar tirar a Luiza de mim, ou algo assim, mas no fim eu que fui responsável por isso.

Desde aquele dia tenho tomado algumas decisões importantes, a primeira delas foi começar a passar com a psicóloga da PF e logo depois de começar cortei laços com os meus pais.

[Lembrança ON]

Batidas apressadas na porta de casa me fizeram descer correndo do quarto, Luiza voltou, ou pelo menos veio conversar. Já é alguma coisa né?

Escancarei a porta e dei de cara com Marcos e Catarina, tenho evitado contato com eles, então eles resolveram vir direto na minha casa.

- O que vocês querem? - Catarina entrou sem ser convidada enquanto eu falava.

- Por que fez aquilo com seu irmão? Viemos aqui pra entender isso. - ela responde com naturalidade.

- Eu não vou e não quero entrar nessa discussão de novo. - bufo. - Vocês vieram me infernizar a vida, isso sim.

- Nós sempre te demos tudo e é assim que retribui?

- Ah claro, sempre me deram tudo mesmo. Toda raiva, todo ódio e desprezo que podiam, né? Me erra! Quero distância de vocês, me deixem viver minha vida em paz.

- Você é uma mal agradecida e assassina, Valentina.

- Sou o que vocês quiserem, desde que estejam fora da minha vida. Não me importo com o que pensam de mim. - escancaro a porta. - Agora sumam daqui! Antes que eu prenda os dois por importunação, homofobia e mais tudo que eu puder colocar na ficha de vocês!

- Isso não vai ficar assim, filha. - Marcos me ameaça.

- Não vai mesmo, não mais. Se chegarem perto de mim de novo ou se eu sonhar que estão se aproximando, não medirei esforços pra ver vocês bem longe de mim.