CAPÍTULO 33

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[POV Luiza]

Estamos há mais de 3 meses nessa investigação, desde que tudo isso começou, não tenho tido muita normalidade na vida e isso me deixa extremamente cansada. Sinto falta de momentos leves, calmos em que o assunto seja qualquer um além de pessoas morrendo, o reconhecimento da minha empresa indo ralo abaixo e crimes ambientais.

O que esse furacão me trouxe de bom? Ah, ele me trouxe Valentina Albuquerque, a pessoa que eu sequer sabia que precisava ter na minha vida. E essa sim foi a melhor coisa que me aconteceu nesse ano.

Com a Nádia presa, eu deveria estar muito mais aliviada do que realmente estou, é como se tivesse um alvo pintado nas costas de Valentina agora mais do que nunca. E pra ajudar, ela está simplesmente no território deles hoje, executando um mandado de busca que a Pure Life pagou caro pra evitar diversas vezes.

Ela disse mais cedo que voltaria pro Rio a tempo para o jantar, agora já são 20h. Tento falar com ela por mensagem, sequer chegam pra ela e ligações caem na caixa postal direto. Por sorte, Léo conseguiu dormir, porque até ele estava preocupado.

Deito no sofá vencida pelo cansaço de mais um dia cheio.
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A claridade que vem da cozinha me cega parcialmente, abro os olhos devagar e olho na tela do celular. São 21h30.

Olho ao redor e foco na cozinha, mais precisamente na mesa de jantar que está montada com arranjos com rosas vermelhas e dois pratos brancos postos como se fôssemos fazer uma refeição.

Ouço passos vindo do corredor e me levanto para ir de encontro a eles. Dou de cara com Valentina, que pelo jeito acabou de sair do banho, de pijama e com seu cabelo longo e escorrido parcialmente molhado.

- Amor, você acordou! - Valentina fala bem baixinho e acende a luz do pendente para que possa apagar a luz da cozinha/sala de jantar, deixando o ambiente sob meia luz.

- Você quase me matou de preocupação! - abraço Valentina com força e sinto que ela sente o mesmo desespero por esse contato.

- Princesa, me desculpa por não ter dado notícias, chegamos aqui lá pelas 15h/16h, mas fomos seguidos de lá até a entrada do Rio, aqui dentro tivemos que acionar apoio e encurralar quem tava seguindo a gente, não quis arriscar te contatar e entregar sua localização ou que estamos juntas.

- Sabia que algo estava acontecendo. - ajeito um fio de cabelo que cai pelo rosto dela. - Mas fora isso você está bem?

- Estou em casa, com a mulher que eu amo. Não poderia estar melhor. - Valentina sorri e me enche de beijinhos pelo rosto.

- Eu também te amo, meu bem. Mas o que é tudo aquilo ali? - indico a mesa posta a poucos centímetros da gente.

- Amanhã eu te conto em detalhes tudo que aconteceu hoje, mas a partir desse momento, é proibido falar sobre investigação, sobre trabalho e sobre qualquer assunto desconfortável. Combinado?

- Você anda lendo os meus pensamentos? - brinco e acaricio seu rosto com as costas de uma das mãos.

- Quase isso. - Valentina sorri. - Agora é o nosso momentinho, princesa. O foco somos nós e nosso relacionamento, precisamos de um pouco de paz em meio ao caos e sinceramente? Você sempre será a minha paz, Lu.

- Você é perfeita de tantas formas... - digo enquanto Valentina me conduz até a mesa de jantar.

Ela puxa a cadeira pra mim e antes que eu possa sentar, sorrio ao olhar pra ela.

Seguro seu rosto entre minhas mãos e puxo sua boca de encontro a minha. Valentina em resposta me puxa pra mais perto de si pela cintura e me sinto mais do que segura nos seus braços.

Tinha Que Ser Você - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora