CAPÍTULO 32

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[POV Valentina]

- Bom dia, Hugo. Presta atenção no que vou falar, não tenho tempo pra repetir. - seguro nos ombros dele e o encaro. - A Fróes não está do nosso lado, não confie nela e me siga em tudo que eu fizer. Entendeu? Depois explico melhor.

- Ok, Valentina, mas está tudo...

- Bom dia Superintendente Albuquerque, agente Abrantes. Como vão? - Carla sai do elevador poucos segundos depois de mim.

Corri o máximo que pude pra chegar antes da minha chefe e falar com o Hugo, além de também estar fugindo de ficar muito sozinha com ela.

- Bom dia, chefe. - eu e Hugo respondemos em coro.

- Não me ouviu te chamar lá embaixo, Valentina?

- Você me chamou? Desculpa, juro que não ouvi.

- Entendi. Bom, vamos ao que interessa. Cadê seu notebook, Valen? - ela entra na minha sala antes de mim.

- Aqui comigo, só preciso concluir o upload. - preciso ganhar tempo.

- Não precisa, vou levar seu notebook.

- Pra quê? - tento agir com naturalidade.

- Porque eu quero que seja assim.

- Você precisa ter uma resposta minimamente plausível. - retruco nada feliz com a sua jogada.

- Enquanto sua chefe, eu ainda tenho o direito de confiscar seu equipamento de trabalho, caso julgue necessário. E outra, você não tem nada a esconder, tem?

- Óbvio que não, mas também não vou aceitar ser tratada como suspeita ou como criminosa sem mais nem menos. - sinto meu sangue ferver, quase que instintivamente minha mão se fecha como se armasse um soco.

- Não me faça colocar alguém mais obediente no cargo de superintendente, Valentina. Me entrega esse notebook agora.

A vontade é de fazer ela engolir esse computador e essa arrogância toda, mas preciso ser fria e calculista.

Pense em tudo que está em jogo. Repito algumas vezes em meus pensamentos e flashes de bons momentos com a Lu e com o Léo me fazem decidir recuar.

- Aqui está, desculpe superintendente Fróes. - entrego o equipamento, alcanço meu casaco atrás da porta e saio indicando para que Hugo me siga. - Agora com licença, tenho algumas coisas pra fazer.

Sem esperar resposta, sigo até o elevador sem olhar para trás.

- Valentina! O que foi aquilo? Perdeu a razão? - assim que a porta se fecha sinto que posso respirar fundo novamente.

- Aqui não. - seguimos para o estacionamento e antes de entrar no meu carro, olho embaixo pra ter certeza de que está livre de qualquer armadilha. - Você dirige, por favor?

- Claro.

No caminho para a Pure Life, explico para o Hugo sobre o que aconteceu ontem a noite.

- E ela pegou seu notebook, e agora?

- Ela não vai encontrar nada do que espera encontrar lá, passei a noite em claro fazendo a transferência dos dados pra um lugar seguro. Lá só tem os dados dos funcionários da Terra Verde.

- É... é por isso que você é a superintendente. - ele brinca.

- E é por isso também que estou caindo de sono - bocejo e me ajeito no banco. - Me acorda quando estivermos perto?

Deixo o balanço do carro me relaxar o suficiente e adormeço.
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12h00 no mesmo dia...

- Polícia Federal. - Hugo nos apresenta na portaria.

Tinha Que Ser Você - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora