CAPÍTULO 11

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[POV Valentina]

Passaram-se dois dias desde o nosso primeiro beijo, embora fosse uma coisa que nós duas quiséssemos muito, não foi a melhor atitude que tomamos considerando que Luiza é casada.

Seu silêncio me diz que ela está arrependida, precisando de espaço e por mais doloroso que seja para mim, assim farei.

Já são quase 7h da manhã de uma segunda-feira chuvosa, não acho que eu ir trabalhar com ela vá ajudar muito nesse momento por isso decido colocar Hugo no meu lugar.

"Bom dia, Lu. Entendi seu silêncio e sinto muito que nosso primeiro beijo tenha sido numa situação que fez com que se arrependesse depois.

Vou me afastar do seu caso diretamente e irei colocar o investigador Hugo Abrantes à frente da investigação, ok? Espero que isso vá de encontro ao que você quer/precisa agora."

Coloco o celular sobre a mesa de meu escritório na sede da Polícia Federal e encaro o brasão que aparece na tela.

Disco o ramal da mesa do Hugo no telefone de mesa.

- Abrantes, por favor, venha até minha sala.

- Ok, chefe.

Um minuto depois e ele está a minha frente.

- Preciso que assuma o caso da Terra Verde pra mim por um tempo

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- Preciso que assuma o caso da Terra Verde pra mim por um tempo.

- As coisas ficaram tensas entre vocês, né? Eu disse que isso iria acontecer, Valen.

- Não quero falar disso, Hugo. Só por favor, colete os dados de todos os funcionários daquela empresa. - massageio minhas têmporas afim de ter alguma clareza em meus pensamentos. - Você está liberado. E por favor, peça que ninguém me interrompa aqui hoje.

- Sim senhora. Com sua licença. - ele se retira.

Espero que um dia, ainda nessa vida, sejamos unidas pelo universo, destino, o que quer que seja. Porque não é justo viver uma vida sem amor.
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O dia passa relativamente rápido, Hugo parece estar dando conta do trabalho e como esperado nenhum sinal de Luiza Campos.

Será que era só a curiosidade? Será que ela me beijou só pra provar um ponto? Ela disse que sempre fui eu, mas então porque o sempre foi tão curto?

As dúvidas são tantas que chego a ficar tonta, estou mergulhada nos papéis da investigação e preciso parar pra respirar. Olho pela fresta da persiana e as luzes já se apagaram, checo meu relógio de pulso. Não acredito que já passa das 19h, isso explica a tontura também, não comi o dia inteiro.

Levanto e me espreguiço antes de fechar as persianas de minha sala totalmente. Pelo menos com silêncio no andar inteiro consigo pensar melhor nos papéis da investigação, preciso relatar tudo que vi em nossa visita à Pure Life.

Ouço passos do lado de fora, penso se não é a ronda, mas pelo que vi ainda não é hora então fico em estado de alerta. Somente alguém com autorização de um funcionário desse andar conseguiria subir.

Os passos se intensificam em direção à minha sala, parecem de alguém usando salto alto. Estou ouvindo coisas, não pode ser possível.

Duas batidas na porta e quem quer entrar aguarda minha resposta.

- Eu disse que não quero ser interrompida. - respondo e tento voltar ao que estava fazendo.

Três novas batidas insistentes me fazem levantar e escancarar a porta pronta para esbravejar.

- Luiza? - seus olhos me medem de cima abaixo.

Diferente dos outros dias em que fui toda arrumada trabalhar com ela, hoje uso a mesma roupa que o Hugo, camisa preta, calça jeans escura, cabelo preso e distintivo pendurado no pescoço. Meu coldre e minha arma ficam em cima da mesa quando trabalho internamente.

- Nossa. - ela me empurra pra dentro da sala e fecha a porta atrás de si. - Você uniformizada é um tópico muito sensível pra mim.

Ela coloca sua bolsa na cadeira em frente a minha mesa, se aproxima e me olha como quem implora por contato.

- Você é casada, Lu... - sinto um frio na barriga que me faz perder até o compasso.

- Não sou mais. Terminei tudo com ela sábado e entrei com os papéis do divórcio hoje cedo. - ela se aproxima mais e brinca com o meu distintivo. - Agora se você não quiser ficar comigo, eu posso ir embora...

- E perder a oportunidade de beijar essa sua boca de novo? - sorrio e passo os braços ao redor de sua cintura.

Quando decido abrir a boca para dar início a um beijo, sua língua ataca a minha com gana, com sede e sem a menor dificuldade correspondo a intensidade do seu beijo.

Momentos depois libero espaço na mesa e sem muito esforço sento Luiza sobre a mesa, ficando entre suas pernas sem interromper o beijo. Deslizo uma das mãos por sua perna debaixo para cima empurrando sua calça pantalona para cima, chegando então em sua coxa, onde aperto com força.

Ela arfa em resposta, em seguida suas mãos deslizam até a parte debaixo da minha camisa e depois de puxá-la para fora da calça, Luiza desliza a mão por meu abdômen. Ela interrompe o beijo para me olhar nos olhos enquanto sobe as mãos até bem perto do meu sutiã.

Já fiquei com outras pessoas antes, mas nunca passei de beijos um pouco mais intensos, porque sim, sou do tipo que se entrega por completo apenas quando ama a outra pessoa. E só senti isso por uma mulher: Luiza.

Ela aperta meus seios com certa força e tal ato me causa uma onda de prazer até então desconhecida por mim, não é como se eu nunca tivesse me tocado antes e sentido prazer, mas é diferente agora.

Seguro o rosto dela entre minhas mãos e suspiro fundo quando ela começa a finalizar o beijo. Mais um pouco e tenho certeza que nossa primeira vez seria aqui mesmo.

- Eu senti tanto a sua falta - ela sussurra ainda ofegante.

- E eu a sua, Lu - distribuo vários selinhos em seus lábios agora mais vermelhos e inchados pelo beijo. - O que a trouxe aqui, senhorita Campos? Quem deixou você subir?

- Fiquei sabendo de uma delegada muito gata que trabalha aqui, acho que vou até chamá-la de delegata. - ela ri porque sabe que o trocadilho foi péssimo.- Meu amigo Hugo Abrantes me deixou subir.

- Eu já ouvi muitas piadinhas e cantadas com meu cargo, mas você é a vencedora. - caio na risada com ela.- Seu amigo né? Sei.

- Você ama! Vem vamos, vou te levar pra casa. - ela arruma minha camisa, colocando-a para dentro da calça de novo, hesito com o contato mais próximo de sua mão de minha região íntima. - Calma, eu já entendi tudo e não vou tentar nada aqui e assim. Quando for o momento de avançarmos nesse sentido, sei que você vai me dizer ou me mostrar.

- Você é perfeita. Obrigada por me entender tão bem.

- Eu? Perfeita? - ela sorri. - Só se for perfeita pra você, linda.

- Convencida. - arrumo sua calça e em seguida seu cabelo. - Não tenho a menor dúvida de que é mesmo.

Tinha Que Ser Você - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora