CAPÍTULO 42

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[POV Valentina]

Não posso deixar que me vejam, preciso ser praticamente um fantasma se quiser atingir meu objetivo.

Posso sentir meu coração bater mais forte e minha respiração perfeitamente cadenciada me ajudando a manter o foco.

É agora.

Corro em disparada pelo campo aberto sem nenhum local para me proteger, é tudo ou nada.

- Ali! ali! - enquanto um deles grita, alcanço meu objetivo.

- 1, 2, 3, Valentina! - bato a mão na parede e sorrio triunfante.

- Ela ganhou de novo?? - Hugo resmunga enquanto Léo corre de volta pra onde estamos.

- O que posso fazer se sou uma lenda do esconde esconde? - brinco e dou risada.

- Não tem vergonha de trapacear numa brincadeira com duas crianças? - Eduarda continua.

- Ai, mas que adultos chatos que não sabem perder - Léo corre até mim e agarra minha cintura. - Não é filho?

- Sim, mãe. Precisa saber perder, tio Hugo e tia Duda. - ele replica o que dissemos pra ele alguns dias atrás. - O importante é participar!

- Luiza! Olha o filho de vocês dando lição de moral na gente! - Eduarda chama a amiga e balança a cabeça em negação.

Olho pra varanda do nosso quarto e lá está Luiza sentada numa poltrona trabalhando no seu artigo sobre contaminação de solo por mercúrio. Ela claramente se diverte com a indignação da melhor amiga porque apenas ri de toda a situação.

Muito bem, carinha. - beijo o alto da cabeça do Léo. - Vai lá brincar com o Isaque, daqui a pouco você vai se arrumar pra sair.

Olho de relance na direção de Luiza e no mesmo instante a pego me olhando fixamente.

Após alcançar a bola de futebol, Léo e Isaque saem correndo pelo quintal e me aproximo do meu amigo discretamente.

- Huguinho, vem cá. - me afasto um pouco de Eduarda e o pra perto.

- Oi? Que foi? - ele sussurra preocupado.

- Me faz um favor? Fica de olho no Léo enquanto vou lá falar com a Lu?

- Claro, vai lá "falar" com a sua namorada. - ele imita aspas com os dedos indicador e médio das duas mãos. - Não vacila hein.

- Deixa comigo. - sorrio e sigo para dentro da casa. - Obrigada, Hugo.

Entro no quarto e dou de cara com Luiza encostada na parede do outro lado com os braços cruzados com um sorriso malicioso no rosto.

Viro de costas pra ela pra poder trancar a porta, passo a fazer cada movimento devagar quando ouço ela caminhando até mim.

- Eu vi você pedindo um tempo pra falar comigo a sós... - Luiza repousa os lábios carnudos na pele de meu pescoço e fecha os olhos ao depositar um beijo demorado na região. - Sobre o que quer falar?

- Falar? Quero fazer, amor. - viro de frente para Luiza e puxo com força sua cintura de encontro a minha sentindo minhas costas se chocarem contra a porta.

Enquanto seguro sua boca contra a minha em um beijo intenso, tiro suas peças de roupa ao mesmo tempo que ela tira as minhas.

Desde que fui sequestrada não tenho estado na minha melhor forma física, mesmo hoje, após quase 1 mês do ocorrido, não diria que estou totalmente de volta ao normal, logo, não sei o que esperar de um esforço como esse.

Mas o que sei é que não consigo mais ficar longe dessa mulher.

- E se alguém vier procurar a gente? - Luiza sussurra durante o beijo enquanto a puxo pela mão para o banheiro.

Tinha Que Ser Você - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora