CAPÍTULO 12

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[POV Luiza]

- Mas me conta, como você está lidando com o que descobrimos sobre a Nádia? O carinha sabe? - Valentina parece curiosa, se atém a expressões faciais enquanto mastiga, a trouxe para comer num restaurante de comida italiana em Ipanema no Pici Trattoria.

- Não foi e nem está sendo fácil processar que ela agiu por minhas costas. Eu confiava com a minha vida nela e é isso que ganho. - suspiro e como mais uma garfada desse macarrão com queijo dos deuses. - Ainda não contei sobre o divórcio pro Léo.

- Prometo que vamos a fundo descobrir o envolvimento dela e as motivações que a levaram a isso. - ela faz uma pausa. - E no que eu puder ajudar com o Léo, conte comigo.

- Obrigada, Valen. - estamos sentadas frente a frente. - Já acabou?

- Eu estava com fome. - ela sorri sem graça. - E massas são meu ponto fraco.

- Se você não me conta, eu nem desconfiava. - brinco. - Amanhã você volta a trabalhar lá na empresa comigo?

- Acredito que não, Lu. Eu adiantei essa etapa para manter distância segura de você, mas agora que Hugo já começou o trabalho, eu preciso deixá-lo concluir. - Valentina me olha com certo pesar, agora que nos resolvemos, ficar longe será uma tortura.

- Entendi, mas.. - termino de comer e afasto o prato de mim. - Mas quanto tempo acha que vai levar?

- Uma semana, no máximo. - ela levanta a mão e pede pela conta para um garçom que passava perto de nossa mesa. - Mas não ache que isso vai me impedir de te ver todo santo dia, Lu.

- Menos mal, podia ser pior - tento disfarçar meu descontentamento sem muito sucesso.

Após dividirmos a conta por muita insistência minha, seguimos para o estacionamento a essa hora totalmente vazio e escuro. Praticamente fechamos o restaurante e ele fecha 01h da manhã.

- Obrigada por ter me trago aqui pra jantar, estava tudo perfeito. - Valentina puxa assunto assim que entro no carro e travo as portas.

- Por nada. Vai pegar seu carro na delegacia ou posso te levar pra casa? - coloco o cinto de segurança enquanto falo.

- Você sempre pode me levar pra onde quiser. - ela coloca seu cinto e me encara sorridente. - Mas claro, se não for te atrapalhar seria bom ficar na delegacia, vou precisar do meu carro amanhã cedo.

- Valentina, Valentina... - dou partida com o carro e sigo em direção ao 5ºDP.

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Menos de meia hora depois e estaciono ao lado de seu carro no pavilhão inferior, aqui é tão deserto e escuro agora pela noite que o medo de haver alguém escondido entre os carros é grande e real.

- Entregue, delegata Albuquerque. - desligo o motor.

- Obrigada, senhorita Campos. - ela parece pensar e depois de alguns segundos sua expressão muda. - Eu não deveria, mas preciso te avisar que amanhã vou cumprir um mandado de prisão de tarde. Só que vai ser em São Paulo, não aqui no Rio, então deixa que eu vou atrás de você, tudo bem?

- Vai ser perigoso? - seguro uma de suas mãos apoiadas em minha coxa.

- Sempre é, linda. Mas é meu trabalho, prometo que te ligo assim que estiver livre.

- Por favor, toma cuidado. Volte em segurança. - me aproximo e a abraço forte.

- Deixa comigo. - ela se afasta e segura meu rosto entre suas mãos. Fecho os olhos e antes que consiga abri-los Valentina toca meus lábios com os seus devagar, nosso beijo não é dos mais demorados, mas dura o suficiente para me fazer sentir que ela fará sim de tudo pra voltar em segurança pra mim e isso me basta.

Tinha Que Ser Você - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora