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— Nós não olhamos para o que pode ser visto, mas sim para o que não pode ser visto. Porque o que pode ser visto é temporário. E o que não pode ser visto é eterno. Pois sabemos que se nossa moraria na terra for destruída, temos uma feita por Deus.
  Uma casa não feitas pelas mãos, mas eterna, no paraíso.

  Era o dia seguinte após a morte da Beth, nós estamos acampando em um campo, já que não tínhamos mais lugar para ir.

  O Noah, o menino que a Beth ajudou a salvar e que ainda está com nós, disse que a família dele tem um tipo de comunidade em Richmond, Virgínia. Ele disse que tem muros e umas 20 pessoas. Ele disse que a Beth ia com ele, ia levar ele até lá, e também disse que eles podem aceitar a gente.
  Então o Rick, o Tyreese, o Noah, a Michonne e o Glenn foram ver se o lugar pra ver se ainda está de pé.

  A gente ficou em um tipo de galpão esperando.

   'Tava todo mundo muito mexido com a morte da Beth. Até o Daryl que tem toda aquela pose de durão chorou quando soube da morte dela.

  Eu estava sentada no chão, na frente do Carl, escorada no peito dele e ele estava me abraçando.

— Parece que 'tá acabando...– Falei.

— Acabando o quê?– O Carl perguntou.

— O grupo... Perdemos o Hershel esse mês, perdemos todas as pessoas da prisão esse mês, perdemos o Bob esse mês...– Respondo— 'Tá todo mundo morrendo... Parece que a gente só espera pra ver quem é o próximo.

— Não vai mais acontecer. A gente não vai mais se separar, o pessoal deu um jeito no pessoas do Terminus– O Carl diz.

  Eu dei risada.

— O que foi? Por que 'tá rindo?– O Carl perguntou.

— Achei mesmo que dava pra ter a droga de uma vida normal um dia. Sabe? Casamento, uma casa só nossa, um bebê, a droga de um cachorro...– Respondi sorrindo.

  Então eu dei uma risada e comecei a chorar.

— Mas acho que essa droga não vai rolar, não vai ter cachorro nenhum, não vai ter casa nenhuma... nem tem futuro– Eu falo.

— Amy... Olha pra mim– O Carl me chamou.

  Eu me virei de frente para ele. O Carl secou as minhas lágrimas e pegou nas minhas mãos.

— Não tem lugar seguro. Eu sei disso, você sabe disso. Mas a gente não pode desistir– O Carl diz— A gente vai continuar lutando, assim como a gente sempre fez. Quando você 'tava sozinha lá fora você não desistiu, então agora você tem a gente e tem que continuar sem desistir.

— Luta cansa, Carl... todo mundo desiste uma hora. Quando o Daryl me encontrou foi o exato momento que eu tinha desistido... A gente teve uns meses pra respirar na prisão, mas então nem se passou um mês que a gente saiu de lá e a gente só passou por merda atrás de merda... Eu 'tô cansando de lutar, de perder pessoas, de esperar a minha vez de morrer– Eu falo.

— Eu sei que cansa, mas você tem que continuar, por você, pela Jude e por mim, porque eu preciso de você. Eu não sei o que eu faria se você não tivesse aqui– O Carl diz— Por favor, não desiste.

  Acho que esse é outra ponto que ajuda na hora de ficar sozinha... Quando você 'tá sozinha, só você importa, suas decisões, escolhas e... qualquer merda só depende de você. Mas quando você tem pessoas, pessoas que você ama... você sempre vai ter que pensar nelas antes de tomar qualquer decisão.
   Eu tenho quase certeza que se eu não conhecesse o Carl... eu já teria me matado a uns bons meses, isso se eu já não tivesse sido morta pelas pessoas do governador, gripe, ou mordida, ou devorada pelo pessoal do Terminus...
  E esse sentimento que eu tenho pelo Carl, por alguma razão me faz sentir que não importa o que aconteça, eu não posso sair do lado dele.

 
  Eu respirei fundo enquanto olhava pro Carl. Depois deitei a minha cabeça no peitoral dele novamente. Ele colocou um dos braços ao meu redor e depois, a mão dele que estava livre ele entrelacou os dedos dele nos meus dedos.

— 'Tá... eu continuo. Não porque eu quero, e sim por você, e porque eu quero muito ver a Jude crescer. Ela vai precisar de alguém bonita, esperta, habilidoso e com um ótimo senso de humor igual o meu pra ela poder crecer maravilhosa como eu– Falei.

  O Carl deu risada e eu acabei dando também.

— É, também acho que ela vai precisar de alguém como você– O Carl disse.

  Em seguida eu e o Carl nos olhamos e eu beijei ele.

— Uma vez... acho que no terceiro ano, uma amiga me disse que "lar não precisar ser uma casa, que lar é onde você se sente em casa". Ela disse também que o nosso lar então podia ser uma pessoa. Na hora que ela falou isso eu pensei que ela era uma otaria– Eu falo pro Carl.

— Nossa, você era muito malvada– O Carl diz.

— É, eu achava que era legal ter um temperamento ruim, e ser malvada igual o meu pai– Falei— Mas o ponto é que hoje... até que faz sentido. Se eu tivesse que falar a onde seria a minha casa... eu falaria que é com vocês, principalmente com você.

  O Carl ficou me olhando e sorrindo.

— O que foi? Para de me olhar assim– Eu falo com vergonha.

— Gosto se quando você é fofa– O Carl disse.

  Eu dei um selinho nele.

— Espera, então você não gosta de quando eu sou eu mesma? Tem problema com a minha personalidade?– Perguntei só pra implicar.

— Eu amo você do jeito que você é– O Carl diz.

— Ótimo, ainda bem– Falei.

   Então a gente ficou lá abraçados.

*Quebra de Tempo*

  Um tempo tinha se passado, a Carol nos disse que o Rick falou com ela pelo rádio e o lugar em que a família do Noah estava, está destruído. Não tinha como a gente ir pra lá.
  E como se não pudesse piorar as coisas, nos estávamos esperando o pessoal vim do lugar que o Noah tinha dito. E quando estava anoitecendo eles chegaram, bom... quase todos chegaram.

  O Tyreese morreu. O pessoal estava vasculhando as casas em busca de suprimentos, o Noah e o Tyreese estavam juntos na antiga casa do Noah, porém, eles se separaram, o a Tyreese entrou no quarto dos irmãos gêmeos do Noah, porém um dos gêmeos estava morto e o outro tinha se transformado. O pessoal não sabe como aconteceu, mas ele foi mordido no braço.
  O Noah saiu correndo em busca de ajuda, mas como o pessoal estava separado quando eles chegaram eles cortaram o braço do Tyreese, porém no caminho até a gente ele morreu no carro.

  Então no outro dia de manhã, nós fizemos um funeral pra ele e o enterramos em baixo de uma árvore de um campo bem bonito. Depois... prosseguimos o nosso caminho.

The Walking Dead| Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora