My Rainbow Girl

🌈Capítulo 4

JUNGKOOK

"Você esteve lutando contra a memória,

Por conta própria

Nada piora, nada melhora

Eu sei como é ficar sozinho na chuva

Todos nós precisamos de alguém que fique."

Vancouver Sleep Clinic - Someone to stay

Quando volto para a mesa tem uma mulher debruçada sobre ela, conversando bem próxima do meu primo, que está quase caindo de tão bêbado. Nem sei se está realmente falando com ela ou dormindo de olhos abertos.

Ele tem essa estranha mania quando bebe muito, dorme que esquece de fechar os olhos. É assustador, na maioria das vezes.

— Vamos embora, Taehyung! — Não me importo de interromper os dois. Pelo jeito que mexe minimamente a cabeça em minha direção, ele está acordado.

— Ele está ocupado. — A mulher não gosta nada da minha presença. Seu olhar é de completo desprezo para mim, mas não ligo para o que pensa, só sei que já deu de ficar aqui nesse bar. — Tá sujinho aqui. — Ela toca o canto da boca com a unha grande, mostrando o local que está sujo em meu rosto.

Passei no banheiro antes de voltar para o salão, minha boca estava toda vermelha por causa do batom, mas com a má iluminação não devo ter limpado direito.

Passo o dorso da mão para tirar o resquício de batom, sem pensar muito sobre o que aconteceu a poucos minutos no estacionamento. Nem procurei por ela quando entrei.

Posso ter sido realmente um escroto por dizer aquilo, mas ela não negou, nem tentou. Então não posso estar cem por cento errado, talvez quisesse saber como era beijar algum famoso e eu, idiota e carente que sou, deixei que me usasse.

— Irei pagar a conta e te esperar no carro. Você tem dez minutos para se recompor, Taehyung. — Não espero que diga alguma coisa, ou que seu cérebro cheio de álcool processe alguma resposta. Ele odeia esse meu jeito autoritário, mas não está em condições de falar nada para mim.

Vou para o caixa, enquanto a moça, com um sotaque bem forte e colocando algumas palavras em espanhol que me deixa um pouco confuso, vai conferindo todos os nossos pedidos, a reconheço como a mulher que afastou a garçonete ruiva da mesa, depois que ela jogou um monte de coisa na minha cara, chega ficando vermelha de tão nervosa.

— Mais alguma coisa, mi bien?

— Pode adicionar os dez por cento para a garçonete que estava nos atendendo. — Digo, por mais que ela tenha dado em cima de mim todas as vezes, me deixando desconfortável.

— Qual das duas? — Ela me faz lembrar da ruiva. Qual o nome dela mesmo? — No es necesario dar gorjetas para Beatrice, ela entenderá isso.

Beatrice.

É um nome bonito, e parece combinar muito com aquela garota.

— Pode colocar para as duas. — Ela abre um grande sorriso.

— Muy bien. Espero vê-lo novamente. — Passo meu cartão na máquina e me despeço com um aceno de cabeça.

Ela é uma mulher gentil, e o bar não é ruim, mas não quero voltar aqui nunca mais.