🌈Capítulo 13

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JUNGKOOK



"... Parece que ontem foi um ano atrás

Mas eu não quero deixar ninguém saber

Porque todo mundo quer algo de mim agora

E eu não quero decepcioná-los."

Billie Eilish - Everything I wanted



Não como em meu silêncio habitual, porque Beatrice e Benjamin conseguem falar até pelos cotovelos, mas não os interrompo nenhuma vez, porque gosto de ouvir a voz do meu filho, cheio de alegria e sorrisos.

São nesses momentos em que fico pensando como fui capaz de deixá-lo aqui e ir para a Austrália, sem nem pensar direito em como Benjamin se sentiria com a partida do pai. Diferente de sua mãe, ele sabe quem eu sou.

Já aconteceu dele me perguntar sobre Nicole, e nunca sei como respondê-lo, não quero que crie expectativas se eu dizer que ela voltará um dia, sei que não é verdade, deixou isso bastante óbvio quando nos abandonou sem nem olhar para trás.

Mas também não posso contar que foi abandonado, eu sei como dói para caralho e não quero que meu filho passe por essa dor, saber que foi rejeitado sem nenhum motivo aparente.

Quando ainda era um bebê eu ficava pensando em como ele reagiria ao perceber que sua mãe não estava ao seu lado, pensei que ficaria amargurado e se afastaria de todos, assim como fiz, mas meus avós fizeram um bom trabalho em dar amor para que Benjamin não sentisse falta dela. Eles fizeram o mesmo comigo, mas não sei porque não foi o bastante.

Acho que deve ser porque eu via meus pais, mas eles me tratavam como uma criança qualquer, não me reconhecendo como filho por causa das drogas.

Eu nunca me abria para ninguém, por causa da dor. Mas Benjamin é diferente, é amoroso e deixa qualquer um fazer parte da sua vida.

Como fez com Beatrice.

Fico observando o modo como cuida de Benjamin a mesa, como sempre está atenta às sujeiras, limpando o canto da sua boca, ou colocando mais água em seu copo, perguntando se quer mais alguma coisa ou se já está satisfeito.

Não posso mais fingir que não é a babá certa para ele, não diria perfeita, mas Benjamin se apegou rapidamente à ela, e não posso dizer odiar alguém que faz tão bem ao meu filho.

Mas ainda não confio cem por cento em Beatrice.

Bebo meu café preto olhando Beatrice sorrir abertamente para Benjamin, enquanto ainda insiste em usar o jeotgarak, mesmo sua habilidade sendo péssima. E a pronúncia pior ainda.

— Já está satisfeito? — Pergunta para Benjamin, e recebe um aceno de cabeça. — Então sobe para os escovar os dentes, daqui a pouco a van escolar irá passar. Irei montar sua lancheira. Gostaria de alguma fruta em especial?

— Quero manga em formato de coração. Meus amigos acham muito legal os formatos que você faz nas frutas, pintinhas. — Ela sorri, contente em ouvi-lo.

Benjamin se levanta e vai para seu quarto, deixando eu e Beatrice sozinhos em um silêncio que não me agrada, acho que estava preferindo o barulho deles, do que esse momento apenas nós dois.

My Rainbow GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora