🌈Capítulo 9

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JUNGKOOK



"Eu costumava flutuar, agora só caio

Eu costumava saber, mas agora não tenho certeza

Para que fui criada?"

Billie Eilish - What Was I Made For?



Após mais de três anos estou finalmente em solo americano novamente, e assim que entro no carro de Taehyung para voltar ao meu apartamento uma dor invade meu peito e tenho vontade de correr para o aeroporto, aceito qualquer lugar que aqui.

Naquela noite na boate, ao ir embora, recebi uma proposta de ser patrocinado por uma marca muito famosa, que ficava na Austrália, eu não podia recusar tanto dinheiro e promover ainda mais minha profissão, mas tive que abrir mão de um muitas coisas aqui em Brooklyn, principalmente de Benjamin.

E o motivo de não querer voltar, é que nem pensei direito antes de aceitar a proposta, fiz como se não tivesse uma obrigação aqui, deixei meu filho de lado e pensei apenas em mim mesmo, o ódio que sinto de mim só cresceu desde o momento em que assinei aquele contrato.

Sei que não era um bom pai, mas depois de abandonar Benjamin desse jeito, sem nem olhar para trás, tenho a plena certeza que nunca deveria tê-lo em minha vida, porque sei que meu avô nunca faria uma coisa dessa comigo e muito menos com ele. Mas eu fui capaz de deixar meu filho afastado de mim.

Toda vez que tinha uma oportunidade vinha visitá-lo, mas não é a mesma coisa de estar ao seu lado todos os dias, eu parecia mais um parente distante do que seu pai.

Benjamin foi deixando claro como a nossa relação estava piorando a cada viagem que eu fazia para vê-lo, comecei a perceber quando, uma vez eu estava me despedindo e ele não chorou, nem implorou para que eu ficasse, apenas se despediu.

Aquilo quebrou meu coração, que já estava destroçado.

Antigamente, quando chegava em Nova York ia direto para a casa dos meus avós, mas alguns dias atrás minha vó me ligou e contou que está passando uns dias no meu apartamento, para que Benjamin se acostume com seu quarto, porque ela e meu avô estão pensando em viajar por alguns dias, o que resume em meu filho ficar comigo, e isso está me assustando pra caralho. E esse é um sentimento que eu, com certeza, não deveria ter.

A viagem é feita em completo silêncio, igual foi dentro do avião, Taehyung sabe que quando fico nervoso não gosto de conversar, e muito menos ouvir música, algo que meu primo adora, principalmente quando está dirigindo, mas está me respeitando.

O percurso dura por volta de meia hora e quando Taehyung vira a esquina do nosso condomínio meu desespero vai aumentando só de pensar que precisarei lidar com Benjamin sozinho, dentro de casa, sem nenhum deles do lado.

Depois de colocar o carro no estacionamento eu vou direto para o elevador social, mas Taehyung vai em direção ao hall de entrada para pedir que subissem nossas bagagens. Como moro na cobertura, o elevador parece estar demorando mais que o normal para chegar lá, e pela primeira vez não me estresso com a demora, porque tudo que tenho vontade agora é de sair correndo do prédio.

Não me orgulho nenhum pouco de ter esses pensamentos, principalmente por querer tanto fugir do meu filho, minha responsabilidade, e que deveria vir em primeiro lugar na minha vida, mas quando fiquei sabendo da gravidez nunca pensei que teria que lidar com ela sozinho, que teria que fazer o papel de pai e de mãe, então, por medo, acabei não sendo nenhum dos dois, me transformando em um estranho na vida de Benjamin.

My Rainbow GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora