🌈Capítulo 22

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BEATRICE



"Eu não te odeio...

Eu só odeio toda a dor pela qual você me fez passar

E que eu me culpo por te deixar fazer isso

Você sabia que eu sempre soube?"

Hailee Steinfeld - Wrong Direction



A mão de Jungkook continua agarrada a minha cintura, sua pele quente contra a minha, que mesmo estando na mesma temperatura é capaz de me arrepiar.

Estou tão nervosa por ter sido burra o suficiente para deixar meus pés se embolarem com o tapete e cair em cima dele que minhas bochechas logo queimam de vergonha.

Meu Deus! Foi uma ótima cena clichê de filmes românticos, mas a minha história é real, e não tem nada romântico em cair em cima do seu chefe, e ainda se passar por uma idiota que não sabe nem andar direito.

- Mil desculpas, Jungkook. Eu... Eu não sei o que aconteceu, acho que nasci com dois pés esquerdos, ou uma das minhas pernas não deve fazer parte do meu corpo e tem vida própria, porque eu sei andar, desde os meus onze meses. Mamãe diz que fui uma criança precoce, e aprendi tudo muito rápido, com um ano já andava a casa toda, mais de uma vez, a deixando muito cansada. Ela dizia que eu seria maratonista quando crescesse e que os garotos não iriam correr para me conquistar e sim usar uma bicicleta para conseguir me alcançar...

O que eu estou fazendo?

Meu Deus! Alguém me enterra viva, por favor.

Não é possível que além de passar a vergonha de cair em cima dele, ainda fiz questão de tagarelar sobre minha vida, contando uma piada ruim e dizendo o quanto fui uma criança apressada para andar.

Eu só gostaria de saber o que fazer nesses momentos em que a vida coloca situações para testar seu convívio com outros seres humanos, e o meu não está saindo tão bem quanto esperava.

A convivência minha e de Jungkook mudou bastante comparada a antigamente, mas não pensei que iríamos ficar tão "próximos", como estamos nesse momento.

Será que ele me achou uma doida por falar sem parar? Será que o irritei por ficar falando ao invés de me levantar?

Meu Deus!

Quantas vezes é possível alguém usar meu Deus em tão pouco tempo? Mas é que acabei de me tocar, que ainda estou em cima de Jungkook, por mais segundos que o necessário.

Estou pronta para levantar quando uma risada ecoa pela sala, estranho porque Benjamin não está e não há mais ninguém além de nós dois, e eu estou nervosa demais para conseguir rir da situação.

Decido olhar para o rosto de Jungkook e a risada vem dele, seus olhos fechados por tanto que ri.

Juro que é a última vez, mas, Meu Deus! Sua risada é muito boa de ser ouvida.

No jantar, na noite em que voltei a cuidar de Benjamin ele riu também, mas foi contido, parecia até um pouco envergonhado, mas agora é diferente.

Há som, gargalhadas de verdade. Com todos os dentes à mostra e o nariz franzido de tanto que ri.

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