My Rainbow Girl

🌈Capítulo 1

BEATRICE

2020

"Você tem aquele cabelo comprido, penteado para trás e camiseta branca

E eu tenho aquela fé de garota boa, e uma saia

pequena e apertada."

Taylor Swift - Style

Eu amo chuva de verão!

É um tempo tão bom para as plantas e para nos refrescar, mas eu odeio sair durante a chuva, principalmente se for para fazer algo chato, como compras em mercado.

Porém, tenho que ser uma melhor amiga incrível e acompanhar Allie aonde ela me levar, com seu carro novinho em folha, porque não é todo dia que temos carona, assim economizando o dinheiro da gasolina.

E meu pobre carrinho velho bebe que é uma beleza, me falindo - mais do que já sou, toda vez que passo a marcha.

A vida de uma proletariada não é nada fácil.

Mas não é só para acompanhar Allie que estou aqui, preciso comprar algumas coisas para a dieta da minha mãe, a médica passou uma nova lista para que ela melhore a alimentação, o que aumenta um pouco mais os gastos de casa, nos deixando ainda mais apertadas. Só que faço qualquer coisa para que mamãe melhore logo, e se para isso, preciso comprar a comida mais cara do mundo, farei o possível e o impossível para consegui-lo.

Apenas não consigo entender porque minha amiga escolheu vir no mercado em Manhattan e não onde moramos, foi uma viagem de quase uma hora para frequentar um estabelecimento que tem em vários outros lugares, mas não a questionei, não estou louca de ouvir um sermão sobre o direito que ela tem de ir e vir em qualquer lugar que quiser.

Enquanto levo o carrinho olho as horas em meu celular, ainda tenho tempo para rodar aqui com Allie e chegar em casa na hora para fazer o almoço e ajudar Elle nos estudos, acho que até consigo tirar um cochilo antes de ir para o bar, o dono me conhece a muito tempo e como não estou conseguindo achar nenhum outro trabalho ele vem me dando uma força, chamando quando está movimentado.

Não sou a única distraída, sinto algo bater contra minhas pernas e ao olhar para trás, preciso abaixar um pouco a cabeça para encarar a criança que esbarrou em mim.

Seu cabelo enrolado cobre um pouco dos olhos grandes e redondos que têm, vestindo roupas aparentemente caras para o meu orçamento e carregando um urso de pelúcia debaixo do braço, ele é a coisa mais fofa que já vi na vida. Suas bochechas são roliças e dá uma enorme vontade de apertá-las.

— Olá, amigão.

Quero contar a novidade para Allie, mas quando me viro ela não está na minha frente. Acho que fiquei tempo demais no celular que nem percebi quando a deixei andando sozinha, e ela também não, já que não notou ainda que não estou a seguindo.

Me agacho para ficar na sua altura, e não tento tocá-lo, pode se assustar e pensar que irei fazer algum mal. Abro um grande sorriso para ver que sou uma boa pessoa e pergunto:

— Você veio ao mercado sozinho? — Balança a cabeça, negando. É quando noto o aparelho em seu ouvido. Ele é surdo, não completamente já que escutou o que perguntei, mas ainda sim é perigoso uma criança ficar andando sozinha por aqui, principalmente se não souber se comunicar muito bem. — Onde estão seus pais? — Dá de ombros.

Eu poderia usar a língua de sinais, mas pelo seu tamanho não acho que tenha mais do que três anos de idade, ainda não deve ter aprendido esse tipo de comunicação.