My Rainbow Girl

🌈Capítulo 8

BEATRICE

"Ela não tem dinheiro algum

As roupas dela são meio engraçadas

O cabelo dela é meio selvagem e livre

Oh, mas o amor cresce por onde minha Rosemary passa."

Edison Lighthouse - Love Grows

Estou suando muito enquanto termino de me arrumar, não sei nem porque tanto nervosismo com uma simples entrevista, já que sou acostumada a procurar empregos e fazer testes para eles, mas é que depois de mais de um mês procurando um e finalmente consigo uma oportunidade, não quero que nada saia errado.

Minha mãe até me ajudou com as roupas, fiquei me perguntando se era melhor eu comprar alguma coisa mais formal, porque, pelo endereço, o bairro é um dos mais ricos, não cheios de mansões, são apenas casas familiares, mas que custa mais do que eu poderia pagar ou pensar sobre.

Mamãe falou que para eu poder causar uma boa impressão deveria ir do jeito que sou, sem esconder minha personalidade, por isso estou vestindo uma saia longa preta e uma blusa branca básica, como tenho ela faz um tempo, ficou um pouco justa, então coloquei uma jaqueta jeans. Calcei meu tênis e coloquei as melhoras bijuterias que tinha, e já me adiantei em colocar alguns cristais na bolsa, só para me sentir mais segura.

Antes de sair de casa passo pelo quarto de Elle, que está concentrada em sua mesa de estudos, desde que começou a crescer ela se esconde por trás de livros, seja eles os didáticos ou os de ficções.

Minha irmã tem muito problema para interagir socialmente por não poder escutar, e como a maioria das pessoas não se esforça para entendê-la, ela prefere ficar sozinha.

Eu gostaria de ajudá-la de algum jeito, porque sinto muito por Elle não ter um amigo de verdade, mas vivo mais trabalhando do que dentro de casa, e não posso ficar com ela na escola.

Elle levanta a cabeça do caderno ao sentir ser observada, abre um sorriso e me deseja bom dia.

— "Bom dia, meu amor" 

Vou até ela e deixo um beijo em sua bochecha.

— "Está bonita". — Comenta olhando minha roupa.

— "Obrigada, tenho uma entrevista de emprego." — Elle abre um sorriso ainda maior.

— "Parabéns, Bea. Estou feliz por você. Tenho certeza que irá conseguir a vaga".

— "Assim espero, mas é para babá. Não tenho tantas referências com isso".

— "Sairá perfeita do mesmo jeito".

— "Obrigada". — Deixo outro beijo nela e me despeço.

Quando estou com Elle nem sinto falta de usar a boca ao invés das mãos para conversarmos, simplesmente é natural para mim a língua de sinais. Como se fosse minha segunda língua.

O senhor Lee se mudou pra cá com Elle quando ela ainda era um bebê, e por mais que eu tenha estranhado um pouco a falta de voz dela, logo me acostumei e comecei a estudar um modo de como poderia me comunicar de um jeito mais confortável com minha irmã.