🌈Capítulo 24

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JUNGKOOK



"E quando eu senti como se eu fosse um cardigã velho

Debaixo da cama de alguém

Você me vestiu e disse que eu era seu favorito. "

Taylor Swift - Cardigan



— Me larga, Jungkook!

Os tapas que Beatrice dá não me dão nem cócegas, e carregá-la em meu ombro é tão leve, nem parece que estou carregando uma pessoa. Por mais molhada que esteja sinto seu perfume doce, ainda mais perto.

Deixo o guarda-chuva lá fora e entro para o prédio com ela, não sou nem doido de deixá-la nessa chuva horrível podendo ser atropelada ou roubada, parece até que não conhece as ruas de Brooklyn. Nada aqui é seguro, principalmente de madrugada.

O porteiro deve ter ido ao banheiro ou tomar um café porque o hall está vazio, aproveito para colocar Beatrice no chão, por mais que eu a quisesse mais perto de mim.

— Ficou maluco?! — Beatrice arruma sua blusa de alças, sem perceber que por estar molhada seu sutiã vermelho está bem visível. Tento manter os olhos em seu rosto. — Por que fez isso?

— Queria que eu te deixasse na chuva?

— Eu estava muito bem, obrigada. — Cruza os braços por cima do peito e agradeço mentalmente por não precisar me controlar mais.

— Tem certeza? Pelos olhos vermelhos você estava...

— Fumando um?

— Não parece chapada.

— Ainda não bateu. — Levanto uma sobrancelha, e Beatrice sabe que não acreditei em nenhuma palavra que disse.

Por mais hippie que seja, Beatrice não parece alguém adepta a qualquer uso de coisas ilícitas, nunca a vi nem consumindo bebida alcoólica.

— O que aconteceu, Beatrice? - Ela percebe a seriedade em minha pergunta, e não tenta mais nenhuma brincadeira.

Seus ombros, antes tensos, relaxam e seus olhos se enchem de lágrimas, que se eu perguntar, provavelmente ela dirá que é por causa da chuva.

— Meu carro parou de pegar algumas ruas abaixo, então sai andando até o metrô. — Não acho que seja totalmente mentira, mas ainda não acredito totalmente.

— O metrô não é subindo a rua.

— Como sabe que eu estava subindo? Por um acaso anda me espionando?

 —Essa sua tentativa de mudar de assunto não irá adiantar, Beatrice. Você pode me contar o que realmente fazia a essa hora na rua ou pode aceitar minha carona de volta para sua casa.

— Não quero voltar para minha casa. Não agora. E também não acho que queira me ouvir.

— Por que não?

— Porque não somos amigos, Jungkook.

Essa sua frase não deveria me machucar, porque Beatrice não mentiu, nossa relação é de funcionária e chefe, nada mais do que profissional, mas sinto uma pontada no peito por ela não confiar em mim para se sentir confortável e se abrir.

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