My Rainbow Girl

🌈Capítulo 21

JUNGKOOK

"Estou caindo

Em todos os bons momentos

Eu me vejo ansiando por uma mudança

E nos momentos ruins, eu tenho medo de mim mesmo"

Lady Gaga and Bradley Cooper - Shallow

— Vamos tomar café? — Pergunto parado na porta do quarto de Benjamin.

Ele e Beatrice subiram para que Benjamin se arrumasse antes de comer, mas os encontro sentados de pernas cruzadas no tapete encarando seriamente três brinquedos: Um boneco do homem de ferro; um carrinho de controle remoto e um livrinho de colorir junto à uma caixa de lápis de cor.

Parecem nem ter me escutado de tão concentrados que estão nos objetos. Apoio o ombro no batente e fico os observando até que percebam minha presença.

A verdade é que aproveito todas as oportunidades que tenho para ficar olhando Beatrice e tudo o que faz. O modo como brinca, ri, segura Benjamin nos braços, qualquer coisa que esteja fazendo acaba chamando minha atenção, se estou em casa.

Eu sabia que a nossa relação não mudaria da noite para o dia, nessas semanas cuidando de Benjamin nossas interações foram mínimas, mas muito boas comparado a antigamente.

— Vocês me ouviram? — Consigo minimamente a atenção dos dois, mas logo voltam a encarar os brinquedos. — O que estão fazendo?

— Depois do café da manhã eu e a pintinhas concordamos em fazer alguma coisa que não seja ficar no tablet. — Benjamin explica, o único que voltou a me olhar.

— Parece algo muito bom.

— Só que ficamos em dúvida do que fazer. Eu quero o carrinho e a pintinhas quer pintar. Qual você escolheria, papai? — Finalmente Beatrice olha para mim, com mais atenção, um sorriso pequeno brota em seus lábios avermelhados me deixando desconcertado.

— O boneco. — Respondo a primeira coisa que vem à cabeça, e também porque gosto dos filmes desse personagem.

— Não ajudou muito. — Benjamin resmunga.

— Desculpa, filho. Não quer ir comer?

— Ainda não escolhemos.

— Podemos fazer isso depois do café, cachinhos. — Seu sorriso faz com que Benjamin não insista em continuar no quarto. Ele aceita de bom grado a mão que ela estende para ajudá-lo a levantar.

Como tem sido todos os dias, as refeições são barulhentas, Beatrice e Benjamin não conseguem ficar calados, e mesmo estando juntos a maior parte do tempo sempre tem algum assunto para comentar.

E eu faço o que sei fazer de melhor, observá-los.

Está ficando quase impossível desviar os olhos dela, e isso tem tirado a minha sanidade, porque não entendo o motivo de encará-la tanto, como se a cada dia sua beleza fosse mais chamativa.

Tenho medo de que ela perceba meus olhares e comece a pensar que desconfio do seu cuidado com Benjamin, ou que eu sou um maluco completo.

— Papai, você quer brincar com a gente depois? — A voz de Benjamin me traz de volta à realidade.