🌈Capítulo 18

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BEATRICE



"Deixo meu medos aparecerem até que eu possa enfrentá-los

Deixo minhas lágrimas rolarem até que eu possa prová-la...

Eu espero que você volte para casa."

Sofia Carson - Come Back Home



Graças a Deus é domingo e Ethan já voltou para Manhattan, acho que não aguentaria mais um dia com ele lá em casa. Não sei nem como sobrevivemos vivendo tantos anos juntos.

Eu amo meu irmão, com todas as minhas forças, mas também consigo odiá-lo na mesma proporção. Porque aquele idiota parece que não cresce nunca, me fazendo vê-lo como um caçula, e não um irmão mais velho.

Implicou com Elle várias vezes, piadas sem graças e a interrompendo quando estava ocupada, tudo bem que não é nada não grave assim, fazia isso quando criança também. Mas tem que entender que ela já tem quinze anos, à época passou e ele precisa crescer.

E mamãe, estava tão feliz por ele ter vindo visitá-la, que fechou os olhos para o comportamento imbecil do filho, e eu não falava muita coisa, não depois do que Ethan me contou no carro.

Eu não perguntei nada para mamãe, e nem joguei na sua cara o quanto fiquei magoada, tentei entender que só falou isso para explicar porque brigo tanto com ele, mas ainda sim dói, e toda vez que olho para ela só consigo lembrar disso.

Só que como posso brigar com ela, se nem sei quanto tempo tem? Melhor aproveitar estando numa boa.

O lado ruim de ser domingo é que precisei ir para a boate, estou cada vez mais esgotada dessa rotina, e ter que sorrir e assentir para qualquer coisa que Don dizer, só para não ter que ouvi-lo gritar durante uma hora.

Eu quero tanto sair daqui, que estava até cogitando pedir outro empréstimo, mas duvido que o banco me daria já que estou atrasada com os pagamentos do primeiro. E também, um milhão de dólares é dinheiro demais, minha família ficaria em uma dívida enorme e seriam anos e anos e anos, provavelmente mais alguns, até conseguir quitar tudo.

Me despeço de uma das dançarinas que divide o camarim comigo e saio pelos fundos, não querendo trombar com Don, vai que ele queira que eu faça hora extra.

São quase três da manhã, e amanhã tenho uma entrevista de emprego em um restaurante perto da cidade de Nova York, um pouco longe de casa e muitas horas de trabalho, mas foi o único lugar que me ligou depois que entreguei o currículo.

Passo pelo estacionamento e vejo o carro de Alicia parado a alguns metros, corro e entro no passageiro, querendo desesperadamente tirar a peruca loira e a máscara, querendo relaxar de vez.

— Obrigada, mas não precisava mesmo vir me buscar. Já está tão tarde. — Digo dando um abraço cansado em Allie.

— E que amiga eu seria se não viesse buscar minha melhor amiga em seu emprego horrível, que a faz se sentir uma merda?

— Uma péssima amiga, eu diria.

— Eu também, por isso estou aqui.

Ela acelera e rapidamente não vejo mais o letreiro brilhante da boate, e tento excluir a voz de Don e dos clientes, aquela bagunça toda.

My Rainbow GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora