Different Love - TaeKook

CAPÍTULO 48

Boa leitura!!!

Se me perguntassem naquele momento como eu estava me sentindo, não poderia hesitar em dizer que me sentia abençoado. Tudo estava verdadeiramente perfeito.

Durante o percurso de volta para fora da casa, notei que todos os convidados que permaneceriam para as comemorações do fim de semana já se encontravam instalados em seus aposentos. Seguindo pelo corredor, através da porta entreaberta, pudemos ver Namjoon e Jin na suíte principal desfazendo as suas malas e organizando seus pertences nos armários de madeira rústicos. O som de suas risadas ecoavam de forma tão contagiante pelo cômodo enquanto brincavam entre si e trocavam olhares afetuosos, que sorri também e acabei por desviar os olhos pela forma como a cena parecia tão íntima, ainda que não houvesse nela nada de revelador.

No quarto mais próximo à porta de entrada Yoongi reclamava sobre alguma coisa e era diligentemente ignorado por Hoseok e Jimin, que conversavam com naturalidade como se sequer notassem sua presença. E eu não os julgava de jeito nenhum. Às vezes existiam apenas duas opção cabíveis quando se tratava de Min Yoongi: ignorá-lo completamente ou cometer um crime de ódio contra ele. Eu sabia, no entanto, que aquilo não era nenhum pouco preocupante e que em poucos momentos tudo voltaria ao seu estado natural e seria impossível permanecer a menos de duzentos metros do trio sem ficar completamente enojado. Eu agradecia mentalmente que seu quarto fosse o mais distante do que eu dividiria com Jungkook. Detestaria demais ter que ouvi-los transando noite adentro. Com certeza não queria passar por isso de novo. E o pior era ter que responder as perguntas curiosas de Jungkook sobre isso com uma expressão neutra e madura no rosto. "Hyung-Amor,p-por que Jimin-Hyung grita tão alto, heim? O Hyung-Amor não grita desse jeito, n-não é?"

Cerca de mais quatro quartos se ocupavam entre alguns familiares de Jin, um casal de amigos de Namjoon que esperavam ansiosos a chegada de seu bebê e Jeon Taeho e Park Sujin que iriam dormir juntos. Eu apenas não queria ser indiscreto, e mesmo que eu tivesse certeza de escutar as vozes dos dois aos sussurros pelas madrugadas em que passava a noite com Jungkook em sua casa e me levantava para buscar água para o meu benzinho, acreditava que se Taeho quisesse contar algo, o faria quando estivesse pronto para tal.

Contemplando o restante da casa com mais atenção, pude ver uma grande sala comum com janelas do teto ao chão e cortinas brancas e leves abertas que farfalhavam com a brisa quente que soprava constantemente. A vista dali era espetacular voltada para o mar e para as formações rochosas de Daechon. Sofás macios e confortáveis se espalhavam pelo local e um toca discos antigo me chamou a atenção em um dos cantos, assim como a imensa coleção de vinis que tinha disponível. Mais adiante, a cozinha se estendia espaçosa e arejada, extremamente bem equipada e abastecida para os dias de comemoração que se seguiriam.

O clima estava quente e úmido de um jeito agradável. Eu não gostava tanto do calor, mas tudo mudava de figura quando o mar azul se apresentava à sua frente, fresco e convidativo. O vento morno rodopiava ao meu redor, o céu se encontrava lindo em tons que derivavam do laranja ao roxo com nuvens escassas pinceladas aqui e ali e Jungkook chocava a lateral do seu corpo no meu de momentos em momentos, não sei se de propósito ou não, enquanto caminhava com seus pés descalços e uma expressão animada e curiosa pintada no rosto. Eu via como seus cabelos negros começavam a se grudar na testa devido ao calor e como suas bochechas gordinhas pareciam mais coradas ao que os olhos grandes me fitavam atentamente.

Atentamente até que seus pés tocassem diretamente a areia e então, apenas por um momento, fui completamente esquecido. Sua curiosidade foi presa momentaneamente aos minúsculos grãos que se acumulavam entre seus dedos e, assim, ele arrastou os pés e cavou pequenas depressões no chão, sentindo a textura e a sensação daquilo em sua pele delicada.