Different Love - TaeKook

CAPÍTULO 43

Boa leitura!!!

Suspirei em pura satisfação e passei meu braço levemente ao redor da cintura fina de Jungkook, ajudando-o a caminhar a passos lentos pelo quintal em direção à entrada da sua casa. Eu sentia a rigidez das ataduras que envolviam seu tronco por baixo da blusa a fim de manter a sua costela quebrada no lugar e lamentei por isso, mesmo que depois de tantos dias no hospital ele já não sentisse mais tanta dor ou incômodo.

E como eu poderia explicar o alívio que senti ao ver os olhos do meu garotinho se abrindo, gradativa e preguiçosamente, a cor rosada voltando às suas bochechas, o seu peito subindo e descendo com mais energia à medida que seu corpo adquiria mais força ao que o líquido vermelho escarlate pingava de forma vagarosa e era levado com eficiência para suas veias? Não existiam nem palavras que pudessem ser usadas para descrever o que senti naquele momento, quando eu tive real certeza de que estava verdadeiramente tudo bem e que meu amor não iria a lugar nenhum.

Lembro-me de ter me precipitado em sua direção, ignorando qualquer outra coisa ao meu redor, e enfiado o rosto em seu pescoço, chorando ali o restante de toda a mágoa e angústia que sobrou dentro do meu peito. Seus olhos estavam muito pequenos e curiosos, intrigados, quando me afastei apenas o suficiente para o admirar de pertinho e ver aquele brilho tão característico em suas orbes escuras. Foi com um carinho e alívio imensos que passei os dedos por suas bochechas gordinhas e senti o calor que provinha da sua pele, tocando meu nariz ali enquanto fechava os olhos e respirava fundo, trazendo para dentro de mim o seu cheirinho bom.

__Vai realmente ficar tudo bem, meu amor, vai sim - eu havia sussurrado, talvez para ele ou quem sabe para mim mesmo como uma reafirmação. 

Era como se o peso de uma tonelada tivesse sido removido das minhas costas. Tudo aconteceu rápido demais... em um segundo estava tudo perfeito e no outro estávamos vivendo um inferno. O choque de ver Jungkook inerte depois de um acidente tão abrupto e violento, as possibilidades escassas de acharmos um doador compatível que era a única chance dele viver, a angústia de não poder fazer nada enquanto ele apenas se afastava de nós cada vez mais à medida que sua vida e energia se esvaíam de seu corpo, a negação ao ter que aceitar que era possível que o perdêssemos para sempre... esse foi de longe o pior momento das nossas vidas e eu sentia que nossa quota de sofrimento havia sido alcançada. Não tinha como existir dor pior do que aquela.

E, enfim, ele estava voltando para casa depois de dias dolorosos no hospital. Havia uma certa animação presente em seus olhos enquanto ele caminhava devagar pelo piso claro do vestíbulo, sua mãozinha agarrada bem firme à barra da minha blusa como se fosse uma guia. 

__Eu s-senti saudades de casa - murmurou, mancando adoravelmente enquanto tentava manter seu tronco completamente esticado para evitar qualquer dor - lá não pa-recia meu lar.

__Lá não era o seu lar - concordei, ouvindo nossos passos ecoarem no silêncio absoluto da casa enorme e os de Taeho mais atrás, que tinha tomado para si a tarefa de transportar a pequena mala de Jungkook . O homem ainda mantinha seus olhos vigilantes sobre o filho por mais que vários dias tivessem se passado desde que ele acordou e eu sabia que ele também queria reafirmar a cada segundo se fosse possível que seu garotinho estava bem de verdade - agora você está em casa, meu bem. 

Ele embolou minha blusa mais entre seus dedinhos e me olhou.

__O Hyung não v-vai embora, 'né?

__Eu não vou a lugar nenhum - neguei, beijando sua têmpora cuidadosamente - eu acho que não consigo me afastar de você por enquanto nem se for realmente muito necessário. Eu ainda não estou pronto para isso.