CAPÍTULO 25 - PARTE UM

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Boa leitura!!


Enrolei meu braço em volta da cintura de Jungkook e o puxei para mais perto de mim enquanto sentia o motor do carro roncar abaixo de nós e observava meu menino vir ao meu encontro com satisfação, as mãozinhas ocupadas segurando a pelúcia de coração que havia lhe dado há dias atrás e que se tornou seu novo objeto de fixação. No banco do motorista Hoseok tagarelava sem parar com o namorado que lhe chamava a atenção de tempos em tempos para que prestasse a atenção na estrada e fizesse um pouquinho de silêncio. Min Yoongi dormia à sono solto ao meu lado com a cabeça encostada no vidro da janela, a boca entreaberta e um filete de saliva escorrendo pelo queixo de forma nojenta. Eu me sentava no centro do banco traseiro, me interpondo entre meu amigo e meu namorado para que esse não ficasse ansioso por estar tão próximo dele.

Foi uma tarefa um tanto complicada convencer meu sogro a deixar que Jungkook passasse o fim de semana comigo em Daegu. Havia percebido que andei apenas empurrando com a barriga a viagem que deveria fazer até lá e no mesmo segundo em que decidi ir, considerei que meu namorado iria comigo. Só que na prática nada funcionava como eu queria.

__Por favor! Não vai acontecer nada com ele, eu juro!

Jeon estava fazendo o nó perfeitamente pomposo em sua gravata em frente ao espelho de sua suíte e eu me sentia uma criança imatura, esperneando diante da porta aberta, as mãos juntas diante do corpo disposto a implorar. O homem sequer olhava em minha direção, ajeitando o tecido reluzente sob a gola da camisa bem passada, a expressão neutra em seu rosto.

__Isso não é uma boa ideia, e você sabe disso - murmurou, aproximando-se do espelho e conferindo a aparência mais de perto. Era meio desconcertante a forma que ele parecia com Jungkook mesmo sendo um homem maduro, com os cabelos escuros fartos e os olhos redondinhos expressivos. Imaginava que meu amorzinho fosse ficar muito semelhante quando tivesse a mesma idade, e eu não deixava de ficar satisfeito com a ideia de estar com ele por todo esse tempo e ainda além.

Fiz uma careta.

__Eu posso cuidar dele - afirmei meio ofendido.

__Eu sei - disse com obviedade - mas Jungkook não gosta de mudanças drásticas de rotina. Você viu na última viagem?

__Vi, sim - assenti - e o senhor viu como ele ficou bem estando comigo?

Ele me olhou de relance, parando por alguns segundos a ação de pentear os cabelos para trás com os dedos.

__Não está indo brincar na praia, Tae - falou - está indo apresentá-lo a sua família. Eu não sei que tipo de pessoas são, e juro que não estou sendo arrogante. Eu quero protegê-lo, está certo?

Não me senti ofendido com seu comentário, porque era justo que ele se preocupasse com isso. Ele não sabia de que tipo de família eu vim, e nem tinha garantias de que Jungkook seria bem tratado e aceito. Para ele, podiam ser preconceituosos, e não aceitarem o fato de ele ser um garoto, como também ser autista. Eu internamente também me preocupava com isso. Não com o fato de levar um garoto para casa, porque todos lá sabiam a minha orientação sexual. Eu conhecia minha família o suficiente para saber que ele não seria maltratado e nem eu permitiria algo assim. Mas tinha uma certa ansiedade com suas reações e opiniões embora não fizesse diferença no final das contas. Eu defenderia Jungkook e ficaria com ele mesmo se fosse ameaçado de morte pela máfia norte-coreana.

Eu realmente o queria comigo nessa viagem. Queria me divertir em um passeio com ele, mostrar o amor da minha vida para a velha senhora que estava enferma no hospital, e mostrar o lugar onde cresci, mesmo que as lembranças da minha infância não fossem as melhores.

Different Love - TaeKookOnde histórias criam vida. Descubra agora