Different Love - TaeKook

CAPÍTULO 50

Boa leitura!!!!

Algum tempo após receber o resultado do vestibular e ver que, sim, eu havia conseguido de verdade, os dias pareceram ficar menores. Como se não houvessem horas suficientes para realizar tudo o que era prioridade para mim.

A rotina ficou bastante corrida e isso foi meio desesperador no início. Era muito difícil equilibrar meu trabalho, meus estudos e meu relacionamento com Jungkook de um jeito satisfatório. Constantemente eu estava muito cansado e tinha a impressão de que acabava executando as três tarefas de forma mal feita.

Quase tudo era desgastante, mas a parte que mais me quebrava era não poder conviver com meu namorado da forma como estávamos acostumados. Essa foi a mudança mais drástica na nossa rotina e o que acabou pesando mais para nós dois.

Havíamos tido uma conversa séria sobre como seria dali para a frente e durante um bom tempo, e ficou combinado que faríamos o nosso melhor para fazer funcionar. Para não deixarmos abalar a nossa relação tanto quanto não desistiríamos dos nossos objetivos.

Acontece que era muito complicado executar tudo isso na prática. Eu estava muito ocupado e quase nunca tinha tempo para nada. A universidade sugava toda a minha vontade e energia, ainda que o curso de Pedagogia a cada dia se mostrasse para mim como a minha vocação. Era uma profissão linda e eu me apaixonava por ela todos os dias e esse foi um dos motivos pelo que eu não joguei tudo para o alto e desisti no primeiro semestre. Mesmo que isso tenha passado pela minha cabeça várias vezes.

E não era apenas pelo cansaço físico da rotina onde eu sequer parava em casa. Eu me levantava cedo, passava o dia trabalhando na Rainbow and Flowers, no fim da tarde ia para a faculdade e, às vezes ao fim das aulas, ia direto para a casa de Jungkook para matar a saudade lancinante que sentia do meu garoto, mas só quando não tinha nenhum trabalho para fazer ou alguma matéria urgente para estudar. Eu sabia que se visse Jungkook, não poderia fazer mais nada além de permanecer confortável com seu corpo encolhido nos meus braços. Apenas sentir seu cheiro, seu calor, ver seus olhos grandes me encarando com doçura, me desviava de tudo o que tinha proposto fazer. Eu não era um cara forte quando se tratava de Jungkook.

E ele entendia tudo perfeitamente bem. Sabia de todos os meus horários, meus compromissos, datas de trabalhos e provas e até começou a se familiarizar mais com o telefone e aplicativos de mensagens, apenas para se comunicar comigo quando dava e não parecer que estávamos nos distanciando aos poucos.

Ele entendia, mas isso não significava exatamente que seu emocional não se abalava. Por muitas vezes me perguntei se eu havia cultivado e regado essa árvore de dependência todos os dias desde que nos conhecemos, por que só isso explicava as ocasiões em que acordava de madrugada com Hoseok batendo na minha porta pedindo que, por favor, o acompanhasse e acalmasse Jungkook em uma de suas crises que se tornaram muito comuns.

E eu pulava no banco do passageiro do carro e ia depressa ao seu encontro, já que não havia nada que me machucava mais do que saber que o amor da minha vida sofria, já que suas emoções eram intrinsecamente ligadas às minhas, como se um elo invisível nos unisse. A sua dor doía em mim profundamente.

Essas crises eram brandas em comparação com outras que já vi. Era mais como se ele precisasse saber que eu estava presente, como se me ver já fosse suficiente para entender que ainda éramos os mesmos.

__Não desa-parece, Hyung...

Ele costumava dizer isso, com o rosto enterrado no meu peito, a voz quebradiça, as duas mãos fechadas em punho com tanta força que via-se os ossos salientes nos nós dos seus dedos, o ar parecendo entrar e sair de seus pulmões com dificuldade, aos arquejos. E meu coração se torcia e doía muito, por que eu não queria que ele se sentisse assim e, certamente, não queria ser a causa desses sentimentos.