Different Love - TaeKook

CAPÍTULO 34

Boa leitura!!!

Meu quarto estava totalmente escuro exceto pela luz tênue do abajur de estudos que estava ligada sobre a escrivaninha enquanto eu empilhava as apostilas que tinha usado uma sobre a outra, bocejando no processo, visto que o relógio do meu celular marcava 03:47 AM. Organizei meus pertences o máximo que pude e me encostei na cadeira, fechando os olhos e esfregando as palmas da mão no rosto, louquinho para me esticar na minha cama e colocar o sono em dia, já que eu não precisaria acordar cedo para trabalhar por ser sábado.

Sentia que, talvez, as coisas estivessem realmente entrando em minha cabeça. Não raro, quando havia começado a estudar para o vestibular, me sentia totalmente burro e inútil quando a maldita biofísica não parecia fazer nenhum sentido para mim. Minha cabeça doía como o inferno e eu apenas queria atirar todos os materiais pela janela e assistir enquanto uma carreta passava por cima deles. Parecia improvável que eu conseguisse fazer uma prova decente e, o fato do prazo ser curto, me fazia ainda mais ansioso e ineficiente. Foi muito complicado que eu prosseguisse com meu objetivo e persistisse até que começasse a ver resultados positivos. Complicado demais. A vontade de me acomodar era grande e, por vezes, pensava se seria assim tão ruim ser estagiário para o resto da vida.

Então eu me lembrava dos olhinhos mais lindos que já vi e daquele sorriso encantador que me fazia mais feliz, e repensava tudo de novo. Acho que eu poderia estar no chão, à beira da morte, que me ergueria e lutaria se fosse por Jungkook. Era mais ou menos isso que me fazia sentar de novo sobre a cadeira de rodinhas, abrir a porcaria da apostila na página onde havia parado e trincar o maxilar em determinação, totalmente decidido a conquistar alguma coisa para dividir com ele, o meu amor.

Assim, depois de várias horas debruçado sobre a escrivaninha, me levantei sentindo meu corpo estralar em diversos pontos diferentes. No escuro, me alonguei, girando o tronco de um lado a outro e ofegando baixinho ao sentir meus ossos se aliviarem de passar tanto tempo na mesma posição desconfortável. Meus olhos estavam tão pesados que imaginei dormir em pé caso permanecesse com eles fechados por mais de cinco segundos e, apenas depois de tirar minha camisa e atirar sobre a cadeira qual estava sentado há segundos atrás, foi que apreciei a bela vista que enfeitava meu quarto sem graça, mesmo à meia luz.

Jungkook parecia mais lindo a cada dia, isso era inegável. Eu poderia partir de qualquer ponto dele para justificar esse pensamento. O cobertor já não estava mais cobrindo o seu corpo e eu sabia que isso se devia ao fato de ele se mexer loucamente durante o sono. Ele estava adoravelmente esparramado com os cabelos revoltos espalhados sobre o travesseiro, a pele descorada pela pouca iluminação. O som da sua respiração era o único som ouvido ali, tranquilo e rítmico, e seus lábios entreabertos me davam a sensação de que ele estava em um sono profundo e confortável. Sorri pequeno ao me aproximar da cama e recolher o cobertor que escorregava para o chão, voltando a estender sobre ele com medo que se resfriasse.

Não é como se isso tivesse sido realmente combinado. O fato é que foi se tornando comum que ele dormisse na minha casa quando vinha passar o dia comigo. Via meu sogro cada vez menos receoso ao beijar a testa de Jungkook e se despedir dele, deixando-o sob minha responsabilidade. Via que ele estava se acostumando que Jungkook era um rapaz crescido e que, chegava um momento, em que não precisava mais pedir permissão ao pai para fazer certas coisas, embora ainda o fizesse pela força do hábito. Então se tornou natural que ele aparecesse na minha porta com sua mochilinha amarela pendurada nas costas e um sorriso lindo estampado no rosto, e eu já sabia que naquele dia seríamos ele e eu. Não foi preciso dizer nada, nem conversar coisa nenhuma a respeito disso. De repente era assim que as coisas estavam funcionando.