CAPÍTULO 23

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Boa leitura!!!


Eu devia saber que quando tudo parece tão perfeito, alguma coisa está prestes a dar errado. É como diz a lei de Murphy; vai dar errado do pior jeito, de forma a causar mais danos possíveis.

Meu dia já começou de forma explosiva quando desliguei o despertador e disse a mim mesmo que dormiria apenas mais cinco minutos. Esses cinco minutos se transformaram em trinta e tive que correr como nunca enquanto me arrumava para o trabalho sem nem mesmo poder comer alguma coisa antes de sair de casa. Chegando no ponto de ônibus, encarei com perplexidade à distância e corri atrás, esperançoso que o motorista me visse naquela situação precária pelo retrovisor e se compadecesse. Mas ele não se compadeceu e as coisas pioraram em um nível alarmante quando, durante a corrida, meu celular caiu do bolso e ainda pisei por cima, parando embasbacado apenas para observar seus cacos esmigalhados sobre o asfalto. Praguejei e amaldiçoei qualquer entidade existente, xingando como não xingava há muito tempo a medida que recolhia o cartão de memória e o microchip, largando os restos mortais do aparelho ali mesmo.

Cheguei drasticamente atrasado em Rainbow ans Flowers e, mesmo querendo muito, não tive tempo para estar com Jungkook. O colégio estava recebendo entregas de materiais escolares e também de alimentos que seriam usados para a preparação do lanche do mês inteiro. O único momento em que pude dar uma escapada foi na hora do intervalo, em que corri até o refeitório para pelo menos ver meu namorado e não passar o resto do dia com a sensação incômoda de que estávamos distantes.

O vi assim que passei pelas portas largas e senti todo o estresse e meu humor causado pelos acontecimentos do início do dia até ali se esvaindo de mim. Ele estava sentado em um canto mais afastado, isolado, adoravelmente comendo o lanchinho que havia levado de casa, já que se negava a aceitar a comida da escola sempre muito verde, de acordo com ele mesmo. Quase tive um desmaio de fofura quando me aproximava e o via bebendo seu suco na garrafinha de pintinho amarela e mastigando suas rosquinhas de chocolate. Ele comia de um jeito tão bonitinho, como um coelhinho, com a boquinha aberta. Mas eu não achava essa cena nojenta ou a rotulava como falta de educação. Qualquer coisa que Jungkook fazia se tornava lindo de alguma forma, mesmo que fosse apenas eu que enxergasse assim.

Olhei ao redor, vendo várias supervisoras espalhadas por ali, auxiliando os alunos que precisava, de ajuda ou simplesmente cuidando que estivessem bem. Alguns deles não conseguiam se alimentar sozinhos e me senti extremamente orgulhoso que meu menino conseguisse.

Me dirigi mais rapidamente ao meu neném que não havia ainda notado minha presença e o abracei por trás, sentindo seu impulso de me afastar antes de perceber ser eu ali, e quase me senti culpado por ás vezes o assustar assim. Quase, porque era delicioso ter suas mãozinhas segurando meus braços e ouvir o suspiro que deixava seus lábios quando me reconhecia como o autor do contato.

__Hyung-Amor...

Apoiei o queixo em seu ombro.

__Como sabe que sou eu sem nem mesmo olhar, uh?

Jungkook segurou minha mão e passou o narizinho pela palma.

__Porque eu s-sinto seu cheiro - explicou - e porque só o Hyung t-toca em mim assim.

Ergui a sobrancelha e o encarei de lado.

__Assim como?

__Assim... uhm... - pensou por um momento - com as m-mãos leves e q-quentes.

Deixei vários beijinhos em sua bochecha gordinha e o soltei, apenas para me sentar ao seu lado o mais próximo que me fosse possível e passar meu braço em volta da sua cintura. Olhei de relance para os funcionário que transitavam por ali, imaginando o que pensavam a nosso respeito sem me preocupar com isso o suficiente para desviar a minha atenção de Jungkook que me oferecia uma rosquinha e esperava que eu a mordesse com os olhinhos brilhantes fixos nos meus.

Different Love - TaeKookOnde histórias criam vida. Descubra agora