Different Love - TaeKook

CAPÍTULO 39

Um pequeno aviso para quem talvez esteja enjoado e enfadado da melação desse casal: pense duas vezes antes de ler esse capítulo, porque pode elevar a sua diabetes e te matar.

Boa leitura!!!

Simplesmente não existiam palavras que fossem boas o suficiente para descrever...

Eu poderia tentar o quanto quisesse que jamais conseguiria explicar de uma forma satisfatória o que eu senti naquele momento ou como meu coração parecia totalmente preenchido do amor mais genuíno e perfeito que pudesse existir, consequência apenas de ser Jungkook quem estava ao meu lado compartilhando aquilo comigo e não outra pessoa qualquer.

Eu senti uma profusão tão intensa de sentimentos que seria o bastante para caracterizar o meu completo êxtase, embora eu não tivesse a mínima capacidade de atribuir um único nome a todas as emoções que me atingiam naquela situação. Era possível apenas que eu as nomeasse separadamente, por que quando em conjunto faziam-me totalmente perdido, mas não de uma forma negativa. Eu estava perdido em nós dois e isso nunca poderia ser considerado negativo.

Depois que girei o registro do chuveiro e deixei que a água quente escorresse pelo meu corpo, me senti relaxar automaticamente, o calor percorrendo cada centímetro da minha pele enquanto meu cansaço, estresse e mau humor do dia pareciam descer pelo ralo junto com ela. Minha mente parecia se aliviar de tudo gradativamente e eu tinha plena certeza que isso não se devia exclusivamente à sensação do banho quente e confortável. Eu sabia que isso era consequência de saber que do outro lado da porta estava uma pessoa que não me cobrava nada, nem ações e nem progressos. Jungkook sempre aceitava o que eu podia oferecer e ficava satisfeito com isso, fosse em questões materiais ou não, mostrando aquele brilho lindo em seus olhos que me deixava muito claro que era mais do que suficiente. Ele não era exigente e, por vezes, me dizia com suas próprias palavras que eu não precisava me preocupar tanto assim. É só que eu não conseguia deixar de querer lhe oferecer sempre mais de tudo... mais carinho, mais amor, atenção e mais possibilidades também. Isso implicava em muitas coisas, coisas essas que eu sabia ainda não poder fazer, mas que lutaria para que não demorasse a se tornar possível.

Podia até mesmo parecer loucura, certo? Muitas pessoas poderiam me tachar de irresponsável, inconsequente e precipitado mas eu não me importava nenhum pouco com isso. Eu tinha plena certeza do que queria e a opinião alheia era a última coisa que me preocupava. Para mim, era como se Jungkook tivesse estado em minha vida desde sempre, como se eu o conhecesse há muito mais tempo do que realmente o conhecia. Eu via aqueles olhinhos brilhantes e intensos e tinha a sensação incrível de que um dia era muito mais, que o tempo em que estávamos juntos como um casal foi tão longo e especial quanto uma vida inteira. Via seu sorriso contagiante e sentia meu coração se aquecer instantaneamente, como se nunca houvesse existido um antes. Parecia haver um manto escuro e espesso sobre as minhas lembranças do antes - como se elas estivessem se esvaindo à medida que momentos mais importantes e sublimes com meu amor as substituíam. Não fazia diferença se estávamos juntos há um dia ou há dez anos... Jungkook era como uma parte de mim que sempre existiu e eu só demorei tempo demais para encontrar. Não tinha jeito de eu não o querer comigo para todo o sempre. Ele era a minha maior certeza.

Não me importava também quantas dificuldades poderiam surgir em nossa jornada. Eu queria poder passá-las junto com ele também, cada uma delas, até as mais complicadas que fariam muitas pessoas desistirem. Me fazia imensamente feliz a ideia de caminhar ao seu lado e ser para ele o que ele precisasse que eu fosse. Eu poderia ser para Jungkook tudo o que uma vida com ele exigisse. Seria seu médico quando estivesse doente, seu conselheiro quando tivesse dúvidas, seu melhor amigo quando precisasse conversar, seu apoio quando fraquejasse, seu amante quando quisesse e permitisse e seu companheiro em todas as mesmas situações, porque eu poderia assumir todos os títulos por ele e ainda assim este prevaleceria sobre os outros. O fato de me entregar por inteiro de corpo, alma e coração a uma pessoa considerada deficiente não me assustava ou desencorajava. A condição de Jungkook como autista passou a ser para mim algo tão corriqueiro como respirar, porque fazia parte de quem ele era. Há muito tempo deixei de considerar essa como a característica mais marcante e importante dele. Eu não precisava descrevê-lo como portador de TEA quando poderia falar do quão encantador e singular era o seu sorriso. Não precisava apontar suas manias decorrentes do transtorno quando podia mencionar como eram grandes e expressivos os seus olhos redondinhos e escuros. Certamente não o apresentaria a alguém como autista quando poderia fazê-lo como o homem da minha vida. Isso era algo que não havia necessidade de fazer se tornar mais vital do que era, porque não o definia por completo, embora grande parte. Ele não precisava ser escravo do que era, precisava apenas conviver consigo mesmo de forma harmoniosa. E me agradava exponencialmente o amar enquanto isso. O amor que eu nutria por ele em si me fazia sentir prestes a alcançar a apoteose.