capítulo 10

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Sábado era dia de faxina, estava confortavelmente com o meu baby doll da Netflix, com os cabelos presos em um coque desajeitado, enquanto arrumava a casa cantarolando, as músicas da minha playlist

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Sábado era dia de faxina, estava confortavelmente com o meu baby doll da Netflix, com os cabelos presos em um coque desajeitado, enquanto arrumava a casa cantarolando, as músicas da minha playlist.

Nico estava comendo seus petiscos, enquanto me observava dançar. Desde os onze anos eu pratico a dança do ventre e as vezes gosto de dançar em casa, para relembrar os velhos tempos.

A história da dança do ventre é tão antiga quanto a história do homem, ou melhor, da mulher. É a primeira dança feminina de que se tem registro. Enquanto as outras danças eram executadas pelos homens e claramente ligadas à sobrevivência (chuva, caça, etc), desenhos em cavernas de mulheres dançando, mostram-nas com ventre em evidência.

Nico estava me olhando quando coloquei a música que eu mais adoro, comecei a dançar e meu cabelo acabou se soltando do coque, caindo em ondas acinzentadadas até um pouco a baixo da bunda. Eu gosto de cabelo longo.

Os movimentos de contração, ondulação e vibração foram desenvolvidos pelas mulheres e para as mulheres em função de aliviar dores menstruais e preparar os músculos para a sustentação da gestação e o trabalho de parto, também como um culto à Grande Deusa (natureza) em prol da fertilidade - do ventre e da terra.

Meus movimentos ganhavam vida, ao decorrer da música, e eu estava amando essa sensação. Fazia tanto tempo que não me sentia tão bem assim.

Mas, afinal de contas, o que é a dança do ventre? O único e verdadeiro significado desta dança, é o poder de criação incutido nela, a fertilidade, a gestação, a maternidade. Ocasiões festivas como casamentos, colheitas, aniversários, festas religiosas, bênçãos, curas, afazeres do dia-a-dia, enfim, tudo que faz parte da vida é comemorado com música e dança por esse povo, cada região, cada tribo, com suas tradições e particularidades, mas sempre honorando à vida.

Olhei para frente encontrando o olhar da minha mãe, ela estava com o celular gravando a dança me fazendo dar risada.

— vou postar no tik tok — ela sussurrou me fazendo arregalar os olhos, mas voltei a dançar com alegria.

Ninguém iria ver mesmo,não faz mal.

Dança do Ventre consiste em conjunto de movimentos de vibrações, impacto, ondulações e rotações que envolvem todo o corpo.

O shimmy (vibração) dos quadris é o movimento mais conhecido, mas, na realidade, o fundamento da dança do ventre é o controle abdominal e o isolamento das partes do corpo. Uma vez que se atinge estes dois princípios básicos, os movimentos acima citados estendem-se às outras partes do corpo: quadris, torso, ombros, braços, cabeça e pescoço isolados ou em diversas combinações. Uma dança do ventre tradicional inclui movimentos lateralizados e retos de pescoço, quadris e torso, ondulações de braços e mãos, tremidas suaves e rápidas de ombros, seios e quadris, movimentos circulares do torso com caídas e acentuações emendadas com ondulações de peito e abdômen. Movimentos vibratórios de extensão e contração dos músculos abdominais isolados ou combinados com os pélvicos. As figuras "círculo" (início da vida) e "oito" (infinidade da vida) são amplamente usadas em diversas dimensões, também isoladas ou em combinações.

Meu corpo estava completamente leve enquanto eu dançava,  e o brilho no olhar da minha mãe representava orgulho, afinal ela era professora de dança do ventre no Japão.

Minha maior inspiração.

Além de todos os movimentos básicos, a dança deve aflorar e ser acrescida de giros, cambrées, espirais, trabalho de chão. Apesar do nome dança do ventre, podemos chamá-la de Dança do Corpo, pois movimenta todo o corpo por dentro e por fora. As pernas e pés, são usados, entretanto apenas para a sustentação e o deslocamento da bailarina, sem ênfase em seus movimentos como se a bailarina fosse uma serpente.

Finalizei a dança ofegante, meu cabelo estava totalmente a frente do rosto, enquanto meu peito subia e descia.

— Eu vou realmente postar — Ela sorriu ao me abraçar.

— pode postar, ninguém vai ver — reviro os olhos.

— nunca diga nunca, assim quem sabe você não encontra um marido. — Ela sorriu me fazendo olha-la indignada.

— Os homens preferem dois tipos de Mulher, as Kirei e as Kawaii,  com as Kirei eles se divertem e com as Kawaii eles se casam — A olho com tristeza — eu sou uma Kirei.

— só por que, você não é professora do primário, ou uma mulher que atinge os padrões do Japão, não significa que você não vai casar, filha. Você é linda, sortudo será o homem que tiver você.

Minha mãe já era uma senhora, não chegava a ser tão velha, mas já estava com cinquenta anos. Suas feições envelheceram, mas seu olhar continua jovial. Sou eu que dou aulas de dança do ventre, quando ela não consegue.

Também sou professora, mas não do tipo que os homens gostam.

Como Tachibana Hinata por exemplo, uma professora renomada, filha de um detetive e irmã do maior policial criminal do Japão.

Uma dama recatada..

— Vem dona Jade, vamos terminar essa faxina. — sorrio para ela.

— Vamos sim filha.

— Vamos sim filha

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~habibi

𝒃𝒆𝒕𝒕𝒊𝒏𝒈 𝒐𝒏 𝒍𝒐𝒗𝒆 - 𝑴𝒊𝒌𝒆𝒚 𝑩𝒐𝒏𝒕𝒆𝒏Onde histórias criam vida. Descubra agora