A superfície extremamente macia abaixo de mim, parecia que eu estava deitada nas nuvens que habitam os céus. — Aos poucos vou abrindo os olhos e encarando a claridade do lugar. Minha cabeça latejando um pouco, enquanto as imagens da noite passada vinham aos poucos me fazendo resmungar de dor, colocando uma das mãos em minha testa.
Me sentei na cama encostando minhas costas contra a cabeceira da cama, olhando mais detalhadamente o quarto aonde eu estava. Cores neutras entre preto e cinza, os lençóis brancos da cama com o edredom preto, meu cabelo estava caindo por meus ombros, e eu percebi que estava usando uma roupa que não era minha.
Uma blusa preta de manga longa, tecido fino de algodão aconchegante. Não possuía estampa.
— Acordou? — a voz grave ecoou me fazendo olhar em sua direção, meus olhos arregalaram assim que o vi encostado no batente da porta com os braços cruzados a cima do peito, um olhar profundo sobre mim, ao mesmo tempo que mantinha uma carranca seria.
— Hm..acordei!
Ele veio em minha direção, me deixando ver o peitoral nu, com os músculos adornados e rígidos, parecia ter acabado de vim de algum lugar.
Ele sentou-se na beira da cama, ao meu lado, e ergueu a mão para tocar meu rosto, brincando com uma das mechas de cabelo em seu dedo.
— Lembra de ontem? — perguntou com um tom frio.
— lembro.
— Quem foi? — ele perguntou ao parar de mexer no meu cabelo — Quem te drogou?
Quando eu ia responder, minha barriga reclamou de fome, fazendo um barulho alto que resultou em eu totalmente envergonhada, tampando o rosto com as mãos.
Ouvi um barulho de embrulhos, e então abri meus olhos vendo uma cesta de café da manhã, com uma rosa vermelha, fora a cesta havia uma garrafa de café e uma jarra de suco na mesa ao lado da cama, de frente para a varanda do quarto que estava aberta.
— Coma! — disse ele
Peguei um copo de café, e uma das guloseimas na cesta e comecei a comer, sabendo que iria ter de responder sua pergunta, por que claramente ele já deve ter visto as câmeras de segurança.
— Hotaru Ryuu, o CEO da Yamagata, ele é o meu ex ficante. — murmuro após dar um gole no café.
— Por que ele te drogou se vocês já ficavam juntos? — Manjiro me olhou com seriedade.
— por que ele não aceitou a forma que eu disse que acabou. Ryuu é um homem complicado, ele quer ter conexões com o Submundo, já que as coisas com a Yamagata não estão boas.
— Boas quanto? — Manjiro me entregou outra guloseima?após abrir a embalagem com cuidado.
— O Comércio de vinhos híbridos não tem tanto sucesso no Japão. Já que preferem tomar o saque ou o vinho fermentado. As indústrias de vinhos japonesas fermentam, mas o mesmo não acontece com a Yamagata e isso começou a dar baixas nos consumos e lucros, havendo cortes na empresa.
Ryuu começou a fazer negócios com o submundo, afim de mostrar o vinho a eles, mas assim como o restante da população, não fez tanto sucesso. Foi então que ele me conheceu.
— Você? — Mikey me olhou curioso
— Comecei a trabalhar nas empresas Yamagata, como assistente do Pai dele, um senhor de idade que precisava de ajuda com algumas coisas, ele falava e eu fazia. Com isso comecei a expandir o comércio para o estrangeiro, onde em menos de um mês começou a fazer sucesso com grandes potências milionárias. Começaram a comprar os vinhos Yamagata, e sempre que eu tinha oportunidade explicava e fazia propaganda. A economia voltou, mas Ryuu não queria parar, ele queria a todo custo entrar No Submundo, fazer negócios sombrios.
Até o dia que aconteceu algo na empresa, e eu fui demitida...
— o que aconteceu? — Ele perguntou e no mesmo instante fiquei em silêncio.
Olhei para Mikey e ele levantou uma das sobrancelhas, eu não disse nada e esperava que ele não perguntasse.
— depois que saí da empresa, as coisas decairam. Ryuu me procurou novamente, e eu passei a trabalhar pra ele fora da empresa, mas ele que levava todo crédito — sussurro — passamos a nos envolver de outra forma, e eu sempre deixei claro que não queria romance, era envolver sem se apagar, mas claro que ele se esqueceu desse detalhe.
— e por que?
— Eu não sinto prazer — ele arregalou os olhos — Não sentia....até conhecer você.
O brilho nos olhos de Mikey já dizia tudo.
—fiz meus exames, marquei inúmeros médicos, e tenho certeza que Sanzu já foi fofoca com você sobre o que eu fiz — ele riu baixinho concordando — Semprei fui acompanhante e depois de perder a virgindade eu não sentia prazer, não sentia arrepios,frio na barriga. Não sentia nada, mas meus exames mostraram que sou uma pessoa extremamente sensível ao prazer. Basta um toque certo, uma palavra ou até mesmo um beijo, meu corpo reage de forma imediata, transbordando libido e luxúria. Mas isso só aconteceu com você.
Dou outro gole em meu café e respiro fundo.
— Então era extremamente fácil não me fazer amar, até por que sou uma mulher Kirei, mulheres como eu, são usadas, exibidas como troféus no Submundo, enquanto as Kawaii, esposas recatadas e direitas são aceitas como mulheres em todos os sentidos. No dia que uma Kirei for assumida como Esposa eu paro de fumar.
Mikey continuou me olhando.
— acabei com tudo, entre Ryuu e eu. E ele não aceitou, acabei me distraindo e ele colocou a droga na minha bebida, e o resto você já sabe.
Manjiro ficou em silêncio, e olhou seu celular por um momento.
— Você está na minha casa, fique a vontade Max, pode ir aonde quiser. Mas só poderá ir embora quando eu voltar, consegue ser uma boa menina e me esperar? — ele sussurrou ao passar a mão em meu rosto de forma carinhosa, me fazendo fechar os olhos.
— Sim, eu espero...
— Prometo ser rápido, para que não fique entediada — Manjiro precionou seus lábios em minha testa me fazendo arregalar os olhos .
Ele saiu em seguida me deixando sozinha...
Mas meu coração estava acelerado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝒃𝒆𝒕𝒕𝒊𝒏𝒈 𝒐𝒏 𝒍𝒐𝒗𝒆 - 𝑴𝒊𝒌𝒆𝒚 𝑩𝒐𝒏𝒕𝒆𝒏
Fanfiction"Vamos apostar, Mas não se Apaixone por mim"