²⁸* Lembre-se, você o matou

33 8 7
                                    

Pov'Ellen.

- filho - chamei baixinho enquanto passava a mão por minha barriga - desculpa por isso, mas é o melhor - olhei o pote agora vazio, eu sabia que a decisão que tomei era errada, mas também sabia que não tinha outra opção, eu nunca conseguiria me livrar daquele cárcere, estaria presa a Giacomo e a vida que ele escolheu.

Então garanti que teria tudo que precisava, que depois disso Giacomo me odiaria e me deixaria partir, estava deitada no chao, olhei a mancha de sangue, não estava inconsistente, ouvi os passos firmes, a porta se abrir e então o arfar de surpresa dele, meu nome sendo chamado em total desespero, então eu não estava mais no chão, mantive meus olhos fechados, sentia os passos urgentes e ainda sim cuidadosos.

- Ellen, me responde - Giacomo implorou.

- e.u.

- você está sangrando, vou te levar para o hospital, o que aconteceu?

Abri minha boca mais não saiu nada. Ouvi a discussão dele com os capangas, então estávamos no carro, Giacomo ainda me mantinha em seus braços, senti seus dedos acariciando meu cabelo. Abri meus olhos e encontrei os dele aflitos, tinha uma dor indescritível, por um segundo me arrependi da escolha que fiz, só um segundo, até lembrar de porque tomei aquela decisão.

Era minha liberdade.

Quando chegamos ao hospital ele gritou por socorro, falando que eu estava tendo um aborto, então estava deitada em uma maca, alguém pediu pra ele se afastar.

- chama a enfermeira Graziela - pedi.

- vamos lhe atender, só tenha calma.

- chama ela - pedi outra vez.

- tudo bem - quando o enfermeiro virou segurei o punho do seu jaleco - esta com dor?

- não... Não... O deixa entrar - implorei.

- tudo bem, mas fica quietinha.

Ouvi ele chamar a médica de plantão, e começar a me examinar, a porta abriu e fechou, abriu de novo então ouvi a voz de quem eu esperava.

- pode deixar que assumo daqui - Graziela murmurou.

- tem certeza?

- sim, somos amiga ... Obrigada Luigi.

- ok, vou voltar pra emergência - acho que ele não gostou tanto assim, mas saiu.

- Ellen o que você fez? - ela cuxixou.

- garanti que daria certo... Por favor, me ajuda - comecei a chorar - não deixa ele entrar aqui... Até.

- Ellen - ela suspirou.

- eu não sei outro jeito de me livrar dele - falei sem desviar o olhar do dela. Não contei a realidade sobre quem era Giacomo, mas falei que ele havia tentado me bater mais de uma vez quando estava bêbado, e tinha medo de realmente acontecer.

- tudo bem... Você quem sabe, é sua vida - ela suspirou - vou fazer os exames e depois conto pra ele.

- obrigada - apertei a mão dela - eu juro que nunca vou conseguir agradecer o suficiente.

----------

Pov'Giacomo.

Sentia que logo abriria um buraco no chão, ninguém vinha falar nada de Ellen, até o enfermeiro que a atendeu disse que não sabia, que outra enfermeira estava no seu atendimento, porque? E porque a demora? Parei perto da sala onde Ellen estava e congelei ali, levou pelo menos uma hora para alguém sair, a mulher me encarou e perguntou.

- você é o Giacomo?

- sim, como Ellen está? E o bebê?

- Ellen está acordada, foi necessário fazer uma lavagem intestinal.

Vingança, segredos e poder.Onde histórias criam vida. Descubra agora