Vingança, segredos e poder.

⁵¹* Hora de ir.

Pov'Ellen.

Catherine me olhava com incredulidade, mas principalmente raiva, ela achava que eu havia ligado, apesar de ter pensado muito nisso, não cheguei a fazer e não faria tão cedo por ELA, porque a fiz deixar sua vida para trás e me acompanhar, não era apor Thomas, ou por mão amar Giacomo, o que me impedia de ligar era minha amiga.

- eu não liguei.

- ele nos achou do nada.

- ele achou você, e achando você - dei de ombros.

- vocês transaram?

- sim - concordei, não ia adiantar mentir.

- porra, Ellen... E o Thomas?

- Thomas deve estar me odiando agora.

- como assim?

- melhor sentar, a história é longa - fui até a cafeteira e comecei a preparar o café, enquanto esperava ele ficar pronto comecei a contar tudo desse o segundo que o vi parado na minha porta, a briga com Thomas, as ameaçadas de Giacomo, as histórias que ele me contou, tudo sem deixar nada de fora.

- quer dizer... Espera, me deixa ver se entendi bem, quer dizer que mesmo depois dele ter admitido que te usou por vingança - ela me encarava com raiva - ainda sim você transou com ele, pior... Falou que o ama?

- não espero que me entenda, mas eu fiz algo parecido, de uma forma diferente, mas que causa dor.

- por medo Ellen, pela porra do medo - ela falava alto - sinceramente...

- cath, eu não espero que entenda, me perdoe ou algo do tipo, mas eu não posso ficar, não quero viver sem meu filho... Ou morrer.

- e acha que isso não vai acontecer em algum momento? Acha mesmo que ele vai cumprir sua palavra?

- se eu aceitar os termos dele.

- então vai embora por submissão?

- vou porque mesmo com todos os erros dele, eu amo Giacomo, e acredito que ele não queria estar nessa vida.

- sério, você é uma comédia, tá tão apaixonada que não vê a merda que vai dar outra vez...

- mesmo que eu não o amasse... Eu não acredito que tenho muitas escolhas, e eu queria que viesse junto...

- deixar minha vida outra vez para trás?

- eu sei que é pedir mu...

- não Ellen, não seria pedir muito se você estivesse falando para fugir de um mafioso... Mas está me pedindo para seguir ele, seguir em direção a morte.

- Estou pedindo para ficar comigo e Guilhermo... Pedindo para continuar conosco.

Sentia meu peito doer só de imaginar deixar Catherina para trás, que poderia ficar e me odiar para sempre.

- não... Não mesmo, me recuso a fazer parte disso - ela me deixou sozinha na cozinha.

Queria chorar, ou fugir.

*****

Quando Giacomo voltou um bom tempo depois, Guilhermo brincava no berço portátil enquanto eu enfiava roupas em malas, Catherine ainda estava trancada em seu quarto, não abriu nem quando pedi, era difícil descrever o que sentia naquele momento, mas eu tinha uma certeza: não queria viver longe do meu filho.

- saímos às cinco.

- você demorou - falei sem parar o que fazia.

- precisava resolver tudo, mas temos um lugar, uma casa confortável.