¹* Belo jeito de voltar para casa.

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Pov'Ellen.

Desembarquei no aeroporto de Siracusa-Itália, minha cidade natal, cidade que não visitava a dez anos, se bem que essa não era uma visita, estava voltando para ficar, após a separação dos meus pais mudei para os Estados Unidos com minha mãe, meu irmão mais velho ficou com nosso pai, ele ia passar as férias conosco, meu pai me visitava uma vez por ano, mas eu não voltei, principalmente depois que minha mãe adoeceu, isso foi sete anos atrás, um ano depois comecei a faculdade de medicina, mesmo meu pai bancando todas as despesas do tratamento, pessoas para cuidar da minha mãe, me recusei a deixar ela por um dia que fosse, mais ela morreu dois anos após seu diagnóstico de câncer, continuei meus estudos, ainda fiquei quase um ano após minha formatura, mas Eric, meu irmão me convenceu a voltar, e aqui estou eu entrando em um táxi, seguindo em direção a minha casa.

- bom dia - falei em inglês, parei rápido e me corrigi falando em italiano, o taxista me encarou e respondeu, falei o endereço e seus olhos saltaram, claro que a reação seria essa.

Jeff Perry, vulgo meu pai era um dos homens mais ricos da Itália, investidor da bolsa, dono de pelo menos três dúzias de fazendas, uma fábrica de metal, vários imóveis, não seria para menos a reação do homem. Suspirei ao lembrar que nos Estados Unidos eu era só uma garota normal que tinha uma boa mesada, aqui eu era a filha do poderoso Jeff.

Estava olhando para fora da janela do carro quando vi o carro capotado, o que aconteceu ali?

- para o carro.

- senhorita?

- para o carro, sou médica - mandei.

Eu era uma recém formada em medicina, mas isso não vinha ao caso, o homem parou o carro mesmo contrariado, sai sem esperar ele engatar o freio de mão, cada segundo era crucial, a cena era assutadora, o carro estava destruído, os vidros estavam todos destruídos, dava para ver a mulher e as crianças de cabeça para baixo.

- no seu porta malas tem uma bolsa de couro, pega por favor - pedi e corri em direção ao carro.

  Me ajoelhei e vi a mulher e as duas crianças.

- oi, me chamo Ellen, sou médica.

- me ... chamo Jea... nine... Meus ... meus ... filhos? - ela implorou.

- estão atrás, vamos ajudar vocês - tentei acalmar ela.

- a bolsa - o taxista parou ao meu lado.

- liga para a emergência - mandei.

Olhei para Jeanine, ela estava presa pelo cinto, e havia um grande estilhaço de vidro em seu abdômen, aquilo não era bom, nada ali era bom.

- meus filhos.

- vou olhar.

Me arrastei até a parte de trás do carro, duas crianças, no máximo dez ou onze anos, o menino... A
Peguei seu pulso e segurei só para constar que ele estava morto, senti meu corpo esfriar, o menino estava morto, tentei não entrar em desespero.

- eles ... estão ... bem?

- sim, vou ajudar eles a sair - falei baixo com medo da minha viz falhar.

Levantei e dei a volta até a menina que estava inconsciente, os vidros estavam destruídos nós dois lados, segurei o pulso dela, havia pulsação.

- preciso da sua ajuda - olhei para o taxista.

- melhor esperar a emergência.

- ela não tem tempo, está com um corte na cabeça, também no tórax... Precisamos tirar ela agora.

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