⁵⁵* A culpa.

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Pov'Giacomo.

- o que aconteceu?

- desde que Bartolomeu apareceu venho rastreando seus passos - meu pai fez pausa longa, eu já conhecia aquele olhar, não era só outro problema, seja lá o que aconteceu me deixaria com raiva, e ele sabia disso, era quase cômico o fato dele me conhecer tanto e ao mesmo tempo tão pouco, mas nessa parte éramos extremamente parecidos, talvez por isso fosse fácil para ele saber o que me incomodaria.

- fala.

- o acidente de Jeanine - a voz dele continha preocupação real, acho que poucas vezes na vida ouvi aquele tom, um deles foi no dia que ela e nossos filho morreu, eu vi a máscara de mafiosos dele cair, e ser apenas meu pai.

- o que tem ele?

- não foi Jeff.

- como sabe?

- não sei, não tenho certeza - ele se explicou - mas quem atirou em você naquela tarde... Não foi mandado por Jeff

- como sabe? - eu não tinha uma pergunta melhor, apesar de ter muitas perguntas.

- foi algum deles? - meu pai colocou diante de mim varias fotos.

Olhei os homens, um de cada vez.

- mas como pode achar que não foi Jeff? Você afirmou isso.

- eu não tenho total certeza, mas a alguns dias... Quando você esteve fora, confrontei Jeff.

- porque faria isso?

- porque ele acha que EU mandei matar os capangas dele.

- não entendi.

- vários homens dele tem aparecido mortos, fui ao encontro dele e durante nossa conversa o acusei de iniciar uma guerra ao mandar matar Jeanine... - Giancarlo me encarou, mas eu não tinha nada a falar, então ele continuou - ele afirmou não saber nada sobre isso, além do que Ellen contou, contou ter salvo Francesca... Mas até então ele não sabia que você - meu pai apontou em minha direção - era meu filho.

- o que mais?

- trocamos acusações sobre coisas que não fomos nos que fizemos.

- e acredita nele?

- não é acreditar, mas algo que me diz que ele não mentiu, vivemos em paz esses anos todos, até Bartolomeu decidir voltar...

- de repente começou a achar que foi ele?

- estou investigando, isso - ele indicou as fotos - foi o mais perto que consegui chegar dele...

- você tá me dizendo que nunca foi Jeff? Que eu... - senti engasgar, me senti ainda pior, a culpa voltou com tudo, como uma bela rasteira, se não foi Jeff, minha vingança foi ainda mais cruel.

- você voltou em vão.

- não, que se foda isso - levantei com raiva - eu usei Ellen.... Eu a perdi por - parecia que ia morrer ali sem fôlego - a perdi por nada.... Por puro ódio, um ódio da pessoa errada.

- Giacomo, não adianta nada lamentar, ela está morta.

- adianta - afirmei, apoiei minhas duas mãos sobre sua mesa e o encarei, então sussurrei - Escreva o que estou falando, pai, eu vou matar Bartolomeu, eu vou fazer isso com alegria.

- filho.

- eu juro pela vida da minha filha, que vou destruir esse homem.

- acredite Giacomo, ninguém quer isso mais que eu - meu pai me encarava sério.

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