⁴⁷* Vai me matar?

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Pov'Ellen.

- desculpa - pedi depois que Giacomo saiu da sala, Thomas estava com o nariz sangrando.

- ele não te abandonou?

- a história é pior que isso, mas não posso contar... Não dá - sentia meu desespero - sinto muito.

- você tá bem? Ele parece alterado.

- ele tem meio que razão em estar com raiva... Mas não, ele nunca me machucaria... Sinto muito.

- Ellen.

- Thomas, é melhor você ir embora - pedi apavorada, quando Giacomo reapareceu na sala, seu olhar era cheio de ódio, ali ele realmente parecia ser um mafioso, sua postura, seu olhar, suas roupas meio desalinhadas, seu cabelo bagunçado, Thomas poderia ser mais alto, mas Giacomo sem dúvidas causava mais medo, e sabendo quem ele era, eu estava apavorada com o que ele poderia fazer.

Ele deu mais alguns passos e então parou no meio da sala e ficou encarando Thomas, eu sabia que Thomas não apanharia de graça, mas ainda achava que Giacomo — formado no meio da máfia — que deve ter aprendido bem mais que apenas bater tinha mais chances de machucar.

- eu não tenho medo desse babaca.

Eu não antevi o que Gio fez, só o momento que o vaso de porcelana atingiu a parede bem ao lado de Thomas.

- Vuoi che racconti la storia? - ouvi sua palavras em italiano, sua ameaça ficou ainda mais assustadora daquele modo - o che uccido questo figlio di puttana?
(vai querer que eu conte a história? ou que eu mate esse filho da puta?)

- e ele não vai te machucar? - Thomas me encarou.

Outras vez eu não fui capaz de prever o que Giacomo faria, ele partiu para cima de Thomas e o socou, Thomas devolveu com um soco que passou de raspão pela lateral do rosto de Giacomo, que o socou outra vez o jogando contra o aparador e outro vaso se partiu.

E tudo parou de repente, Giacomo soltou Thomas no segundo que ouvimos o choro de guilhermo.

- Porta questo tizio fuori di qui o lo uccido (tira essa cara daqui ou eu vou matar ele)

Giacomo saiu outra vez da sala, peguei uma fralda de Guilhermo e entreguei para Thomas.

- me dá uma boa razão para não chamar a polícia - ssua voz saiu muito baixa.

- porque eu fugi dele, menti ... Falei que havia abortado nosso filho.

- porque faria isso?

- ele mentiu... Me traiu...

- e você simplesmente sumiu?

- sim, eu forjei um aborto, ele tem motivos para estar com tanta raiva.

- caralho - Thomas riu com raiva - acho que vocês se merecem.

- desculpa - pedi baixinho - desculpa.

- tudo bem, melhor eu ir...

Quando fechei a porta e virei, encontrei Giacomo com Guilhermo nos braços, fui até ele e peguei meu filho e o abracei, suas mãozinhas seguraram no decote do vestido que usava, voltei com ele para seu quarto, me sentei na cadeira de balanço e o coloquei para mamar, Giacomo sentou no mesmo lugar que sentei algum tempo atrás.

- me dá um bom motivo para não matar ele - o sussurro dele em meio a penumbra do quarto me fez arrepiar, era medo.

- ele não é o culpado, eu sou.

Giacomo não falou mais nada, sentia medo do quanto estar sozinho, com raiva  e magoado poderia ter levado ele mais fundo nesse mundo da máfia, nunca pensei que ouviria dele aquelas palavras.

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