⁴³* Um péssimo dia.

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Pov'Ellen.

Não achei que seria tão feliz me tornando mãe, principalmente depois de toda tragédia até ali, mas eu estava sendo, Guilhermo havia completado seu sexto mês de vida, eu sentia finalmente paz e tranquilidade, apesar de pensar em Giacomo com mais frequência do que gostaria, ainda sim eu era feliz, ele preenchia o meu tempo de uma forma que não tinha como pensar em nada ao ponto de ficar triste.

Eu realmente amava ser mãe, mas do que um dia amei a medicina, ainda sentia falta, mas aceitei que essa paixão era passado, que a vida muda muito rápido e por isso devemos aproveitar ao máximo, não se sabia quando seria a última vez para tantas coisas, não só para pessoas, sentei diante do meu filho e chorei por um tempo, me permiti ser fraca por alguns minutos, fazia exatamente um ano que havia ido embora, um ano que Ellen Pompeo morreu.l, tomei fôlego varias vezes até parar o choro, estava no meio da praça da cidade, não era só melhor lugar para chorar.

Pensei em Giacomo, em Francesca e na vida que poderíamos ter tido juntos. Eu estava feliz, mas uma parte minha sempre sentiria o vazio, sempre pensaria em como teria sido se a vida fosse diferente, no quanto poderíamos ser felizes, por maior que fosse a felicidade que sentia por ter meu filho, eu ainda carregava o vazio que ficou quando deixei a Itália, não só da família que poderia ter tido, mas da que já tinha, meu pai, meu irmão, eles também me faziam falta.

- você está cada dia mais parecido com seu pai - murmurei pegando Guilhermo do carrinho, o ajeitei em meu braços para que pudesse mamar - minha lembrança diária de que eu tive ele, que nos amamos tanto ao ponto de gerar você.

- falando sozinha? - ouvi a voz familiar de Thomas.

- me perseguindo? - brinquei.

- poderia ser, se esse não fosse o caminho que faço para o trabalho todos os dias.

- talvez eu seja a perseguidora então - voltei a rir.

- isso faria todo o sentido.

- Guilhermo decidiu que quer comida Italiana hoje... Estávamos indo até o restaurante.

- ele decidiu? - Thomas riu abertamente, notei ele olhar para o lado quando Guilhermo parou de mamar, me ajeitei e respondi.

- sim... Ele decidiu - concordei.

- então, não vamos ter comida italiana hoje no restaurante... O chefe não vai estar, foi o que ouvi.

- foi o que ouviu? - gostava de Thomas, e como ele me fazia rir com tanta facilidade.

- mas se a mãe dele aceitar jantar comigo, tenho certeza que posso fazer a melhor massa já vista.

- hoje! - pensei um pouco, hoje não era um bom dia - essa proposta poderia se estender a minha casa? Catherine está de plantão, e eu não tenho babá.

- bom - ele refletiu sobre algo, tinha um sorriso brincando em seus lábios - vou ser gentil, mas você vai ter que me ajudar.

- eu não sei cozinhar - senti meu rosto se retorcendo.

- sabe cortar temperos?

- sim - sorri um pouco.

- ok... As oito então? - ele me encarou.

- as oito - concordei.


****

Às oito Guilhermo estava decidindo que ainda não queria dormir, ia pegar meu celular para avisar Thomas, quando ouvi a campanha, caminhei sem urgência até a porta e abri, vi o sorriso gentil do bonitão, e depois ele levantar as sobrancelhas quando viu quem estava comigo.

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