Vingança, segredos e poder.

⁵⁶* A espera.

Pov'Ellen.

Sentia que dessa vez eu enlouqueceria, a vida ali era ainda mais pacata do que antes, e agora eu me sentia vigiada, parecia que todos me vigiavam, me sentia em um daqueles reality shows que você é vigiada 24 horas por dia, não conseguia me sentir confortável na minha própria casa, aquele lugar nem parecia ser minha casa, não era, era só uma casa, fazia uma semana desde a partida de Giacomo, apenas uma semana e eu estava louca, ele ainda não havia ligado, mas eu decidi fazer uma ligação, essa era importante, manter meu plano de fulga funcionando era essencial, isso me daria ao menos um pouco de paz, no meio de todo caos saber que eles ficariam bem era reconfortante.

Ligação on.

- oi.

- oi. Tudo bem?

- sim e não... Eu preciso de um favor.

- o que aconteceu?

- Giacomo nos achou.

- vai fugir de novo?

- não, não... Eu preciso que me ajude como fez com os documentos de Catherine e Guilhermo.

- para quem?

- Francesca... Por favor, eu preciso disso.

- Ellen...

- eu não vou usar a mesma história que me deve isso, mas eu te imploro, como meu irmão.

- porque precisaria de documentos para a filha de Giacomo?

- por que ele vai trazer ela para ficar comigo... E eu preciso de um plano de fulga que a proteja.

- você está se pondo em risco por ele.

- não, vocês todos me colocaram e risco e agora eu vivo assim... Eu só estou com medo, eu quero que eles fiquei bem se eu não ficar.

- porque não pede para ele fazer isso?

- por que ele não sabe disso.

- não confia nele?

- confio, mas ele não concordaria - era quase verdade, eu confiava nele, mas não em quem estava ajudando. Giacomo veria isso como algo ruim, uma possibilidade de figuir dele, não de quem nos queria mal, não queria ter que explicar que só sentia medo que algo acontece comigo, e com ele.

- preciso de uma dias.

- tudo bem... Eric?

- oi...

- obrigada por isso.

- tudo bem, só espero que nunca precise usar nada disso.

- eu também.

*******

- onde você foi? - Catherina me encarou preocupada.

- dar uma volta... Fui ao cemitério.

- você é louca - ela riu sem vontade - Guilhermo dormiu, vou até o mercado, estamos sem leite e cereal.

- tudo bem... - me ajeitei no sofá e liguei a TV.

- acha que ele vai trazer a menina?

- espero que sim... Apesar de que me preocupo com como ela vai reagir ao saber que eu não morri realmente.

- eu tenho outras preocupações.

- quais?

- o que vai ser da nossa vida... Quanto tempo vamos ficar aqui escondidas, quanto tempo essas pessoas vão nos "proteger" - deu de sentir o sarcasmo naquela única palavra, nem precisaria que tivesse feito as aspas com os dedos, seu tom deixou claro que ela não se sentia protegida. Mas verdade eu também não, me sentia mais uma refém, do que qualquer coisa, mas sabia que por hora eles nos protegeriam, ao menos de Giancarlo ou alguém ligado a ele, e isso já era algo, e se sentisse que estávamos em risco daria um jeito de fugir.