³⁵* A nova vida.

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Pov'Ellen.

Me sentia como um furacão em movimento, destruíndo tudo e todos a minha frente, era desesperador me senti tão vulnerável, me sentia fragilizada física e emocionante, Catherina estava fazendo muito mais que me apoiar, ela estava me mantendo literalmente viva, eu tentava lutar contra meu próprio ser, lutar contra aquela vontade de apenas me esconder e chorar, esquecer o mundo e o sentido dele, mas não dava, existia alguém que precisava de mim, alguém que dependia de mim para sobreviver, e por ele eu estava lutando com o máximo que tinha, o que no momento não era muita coisa, estava tentando fazer o básico.

Roupas para a nova vida.

Decidir a cidade que mudariamos.

E então escolher uma casa.

Depois de algumas horas de conversa e pesquisas sobre bons hospitais Catherina achou a cidade perfeita, não era grande, mas tinha um centro de tratamento de doenças degenerativas, então ela como uma neurologista adorou, e eu como desejava ter uma vida menos agitada também adorei, nossa nova cidade era conhecida além de comportar um centro tão conhecido de tratamento, por suas construções do século passado, passar mais algumas horas procurando casas a venda me deixou menos desanimada, essa parte Catherina deixou totalmente a minha escolha, ela cuidou de conseguir uma empresa para fazer a mudança, e preparar sua transferência para a cidade, com um pouco de conversa de James, o chefe dela, e algumas cobranças de favores, ele conseguiu uma entrevista para ela, mas se eles fossem espertos a contratariam.

E conhecendo minha amiga como conhecia, ela não ia desistir até conseguir, então duas semanas depois da minha chegada a Seattle estávamos embarcando em direção a nossa nova vida. Village era nosso destino, usando o aparelho celular de um amigo de Catherina mandei uma mensagem para Eric, garantindo que tudo estava correndo bem, e que ele não precisava se preocupar, não falei quem era, não esperei uma resposta, mas ele havia recebido a mensagem, e eu sabia que ele não respoderia.

Uma nova vida.

Chegar a Village me deu uma nova sensação, uma que eu não achei que sentiria tão cedo, Paz, depois de semanas de medo, eu me sentia finalmente em paz, Ellen não existia mais, Eleonora não tinha um passado, apesar de que haveria perguntas em breve, porque alguém iria perguntar sobre o pai do bebê que eu carregava, mas, Eleonora não tinha o passado de Ellen, só um babaca escroto que a abandonou grávida.

- caramba - Catherina soltou ao ver o tamanho da casa - ela parecia menor.

- são quatro quartos, uma sala imensa, sala de jantar, cozinha, lavanderia, uma biblioteca, e um quarto para "empregados" - fiz aspas com os dedos.

- começou a fazer cócegas na conta? - ela zombou.

- não.

- ótimo, vamos precisar de móveis.

- vamos, mas podemos escolher amanhã? Preciso comer. E isso sim é muito importante.

- nem precisa pedir duas vezes - minha amiga riu abertamente - o bom desse fim de mundo que só está no mapa por causa do centro de tratamento é que você pode percorrer a cidade toda andando.

Ri da expressão de desdém dela, ela não achava tão bom assim.

Mas minha amiga estava quase certa, a cidade não era tão grande, nao era pequena como ela insinuou, mas a nossa casa ficava em um dos pontos principais da cidade, apesar de ficar isolada devido ao jardim imenso e as árvores eram grandes demais em volta de toda a área, e nós ainda conseguíamos acesso ao básico como restaurante, farmácia, supermercado, e até lojas sem precisar andar muito, que foi o que fizemos naquele momento porque o carro dela estava vindo de cegonha.

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