²⁵* Guarde seu segredo.

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Olhei aquele homem parado diante da porta e senti duas coisas, muito medo e muita familiaridade, como se já o conhecesse a tempos, apesar de ter certeza que nunca o vi antes, não era uma sensação comum continue me aproximando e sentindo meu medo aumentar.

- o que o senhor quer? - ouvi Giacomo perguntar.

- ainda sou seu pai.

PAI? Senti uma dor em meu peito, um arfar de surpresa saiu sem permissão, a sensação de familiaridade era por ser parecido com o homem que amo. E mesmo sabendo disso, o medo não me deixou.

- jura? Achei que tinha esquecido - a aspereza na voz de Gio foi surpreendente.

- Gio - toquei seu ombro com carinho, por que ele estava destratando o pai?

- que anel lindo, me lembra o da sua mãe - o tom divertido do recém chegado me fez soltar o ar com força, senti um medo crescente, Giacomo me deu o anel da mãe?

- mandei fazer parecido... Ela adorava ele - a resposta dele me acalmou, por algum motivo não queria usar algo escolhido por aquele homem estranho.

- Gio? - chamei baixinho.

- não vai me convidar para entrar filho? A pergunta do pai dele saiu quase ao mesmo tempo.

- sim - Giacomo afastou deixando passagem para que o pai entrasse, mas me manteve atrás de si, como se tentasse me proteger.

- você é a famosa Ellen, afinal - o homem sorriu largo, mostrando os dentes enfileirados - Giancarlo, pai do Giacomo.

- famosa? - questionei.

Giancarlo ofereceu a mão, mas estava a uma distância grande e com a barreira entre nós dois, era assim que Giacomo agia, como uma barreira entre o pai e eu, me esquivei dele e apertei a mão do recém chegado, engoli a vontade de vomitar, respirei fundo e perguntei firme.

- então seu filho fala de mim? - porque para mim ele nunca falou nada.

- ah, não, Stephania falou de você - ele riu sínico - o famosa é modo de falar ... Mas você é... Linda - seu olhar estreitou naquela palavra, como se fosse surpreendente - deve parecer muito com sua mãe.

A cada segundo e gostava menos daquele homem, seu olhar para mim, como se eu fosse um prêmio ou algo do tipo.

- sim, é o que todos falam...

- acredito - outra risada de arrepiar a espinha, definitivamente eu não gostava dele.

- já Giacomo parece com o pai - minha voz saiu mais firme do que achei que seria capaz.

- é o que todos falam - o cara riu - e onde está minha neta?

Esperei Giacomo responder, mas não fez, então eu falei.

- ainda dormindo, é sábado, dia de descansar - sorri sínica.

- claro, volto outra hora então, foi um prazer conhecer você ... ELLEN, nós vemos em breve - Giancarlo quase cantou meu nome - até logo filho - ele deu dos tapinhas no rosto de Giacomo, alguma coisa naquelas palavras e atitude me intrigou.

Giancarlo saiu sem falar mais nada. Levei mais alguns segundos para encarar Giacomo, abri minha boca, mas não saiu nada, eu não sabia o que perguntar, também sabia que ele não tinha o que responder, ali eu senti que talvez Catherine estivesse certa, que havia algo de errado ali, mei coração batia muito rápido, era o mais puro medo, nada ali estava normal e eu não notei, ou não quis notar.

- não temos uma boa relação - Gio murmurou depois de um silêncio constrangedor - não me sinto bem perto dele.

- isso ficou óbvio - minha voz saiu áspera - eu entendo, a minha relação com meu pai também não vai bem - tentei suavizar meu tom.

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