³²* Preciso de ajuda.

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Pov'Ellen.


- o que faz aqui?

- é uma longa história, mas eu preciso da sua ajuda - murmurei.

- não posso ajudar... - ela tentou seguir seu caminho.

- por favor - segurei a mão dela.

- porque eu faria isso? - Catherina perguntou com raiva.

- porque eu estou grávida - sussurrei - e eu acabei de forjar um aborto.

- que? - ela quiser gritou- Vamos sair daqui - a garota literalmente me puxou para fora do hospital.

- foi o que pedi - comentei com ironia enquanto era arrastada para fora do hospital, a garota enfurecida só parou quando chegamos ao carro.

- entra logo - era uma ordem, em todos os sentidos.

Entrei no carro e esperei.

- conta - agora seu tom saiu mais suave.

O que não amenizava a situação, já que sua expressão era de quem desejava me matar se pudesse.

- primeiro quero pedir desculpas, você estava certa - comecei com o mais importante, para mim naquele momento.

- não, primeiro conta tudo, depois decido se desculpo ou não - outra vez havia raiva em sua voz, minha amiga era incrível, mas era ótima em sentir raiva.

- tudo bem - eu sabia que aquela raiva era real - então, Giacomo é um mafioso.

- eu desconfiei - seu comentário ficou naquilo, ela queria tudo, eu não sabia exatamente como contar, não era exatamente não saber, era que para mim ainda parecia mentira, e falar parecia insano.

- Eric, meu pai... O pai dele... Eu fui tão burra e cega, como não vi?

Senti vontade de chorar e de me bater.

- burra e cega - comentário com ironia e raiva. Não havia diversão ali, sua ironia era por pura raiva e ressentimento, eu nem precisava perguntar pra ter certeza.

- eu descobri que estava grávida antes de descobrir sobre eles... Tentei fugir, mas os capangas do pai dele me pegaram, me mantiveram presa na casa de Giacomo por mais de duas semanas, eu não sabia o que fazer, como fugir.

- então forjou um aborto?

- paguei para uma amiga do hospital para comprar o que precisaria, os remédios, o silêncio dela e sua cooperação... Eu pensei em cada detalhe, para não ficar nenhuma ponta solta.

- e ele acreditou!

- sim... Ele me odeia.

- e você o ama - foi uma acusação.

- a parte idiota, mas eu tenho além de ódio, medo.

- sabe que eles vão te procurar.

- não vão... Eu morri.

- como assim? - a expressão dela foi de choque, Catherina me encarou por um segundo, seu olhar era de quem me achava louca.

- Giacomo me ajudou.

- o que? Como assim? - sua voz saiu alta demais.

- eu... - me curvei e comecei a chorar, ouvi o suspiro de Catherina, mas ela esperou até que me acalmasse, então continuei - ele me chamou de monstro, disse que me odiava, entre outras coisas, saiu da sala e voltou um tempo depois e me mandou fugir, forjar minha morte, porque havia dito ao pai que os remédios que tomei mataram não só meu bebê, como a mim.

- porque ele faria isso?

- segundo ele, porque me amava, apesar de que naquele momento odiava... Eu vi o quanto doeu o que eu fiz.

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