⁸* Sinto necessidade

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Pov'Ellen.


Eu sabia que não tinha nada com Giacomo, éramos apenas amigos, mas normalmente ele mandava mensagem pela manhã, e já passava do meio dia e nada, as que enviei não foram visualizadas, seja o que for que aconteceu o manteve ocupado o suficiente para não responder, não poderia reclamar, não éramos algo válido para cobrar satisfação, ainda sim me sentia ansiosa, nunca fui o tipo de pessoa intuitiva, mas desde que ele saiu de casa a noite passada me senti apreensiva, isso me perturbou durante todo o dia de trabalho, meu primeiro plantão durou doze horas, ainda estava em fase de teste, e então as sete da noite estava em casa, tentei relaxar durante o banho, mas nem a água ajudou, estava saindo do banho quando ouvi a campainha, terminei de vestir o roupão com urgência, só havia três possibilidades, e eu tinha quase certeza que não era nem meu pai, nem meu irmão.

Abri a porta com urgência pronta para reclamar da falta de notícias quando me deparei com Giacomo machucado, seu rosto estava pálido, suas roupas sujas, olhei para baixo e vi a macha de sangue no pedaço de tecido amarrado em seu braço.

- me ajuda - ele pediu quase sem voz.

- meu Deus - o puxei para dentro de casa - o que aconteceu?

O fiz sentar e olhei seu rosto, ele apanhou?

- posso contar depois? Estou exausto, com fome ... E sem celular, preciso falar com Lizi.

- vou pegar o meu.

Levantei com urgência e fui até o quarto, peguei o celular e voltei na mesma presa, entreguei para Giacomo, observei ele discar o número e esperar.

- Lizi, sou eu, Giacomo.... Eu sei, estou,  precisei fazer uma viagem de última hora e fui assaltado, sim, estou bem, só preciso que fique com Francesca mais um tempo... Sinto muito não ter avisado antes, obrigado.

  Giacomo me entregou o aparelho celular e me agradeceu.

- toma um banho, vou preparar algo para comer... - levantei e ofereci a mão para ele, Giacomo aceitou parecia em dúvidas se seria capaz de andar sozinho.

Segui meia abraçada ao corpo dele até o quarto quase vazio, seguindo para o banheiro ali, quando parei o encarei sem jeito.

- não tenho roupas que servem para você, então tira essas, vou colocar na lavadora - falei meio nervosa.

- você é mesmo um anjo - ele falou baixo - melhor espera lá fora, anjo.

- sim - concordei.

Sai do banheiro fechando a porta, fiquei encostada ao lado dela esperando, sentia meu coração batendo rápido, me assustei quando a porta abriu.

- te assustei, desculpa - ele notou.

- tudo bem, o que foi isso? - peguei o braço dele.

- em resumo um assalto, um deles tentou me furar, me esquivei e cortou meu braço... Eles me levaram... - Giacomo engoliu em seco - não tinha gerador com defeito, dois funcionários decidiram se juntar e armar contra mim... Me sequestraram.

- meu deus - senti que ia chorar.

- eu consegui fugir, são dois idiotas, mas antes de me levarem ofereci resistência, um deles me bateu, o outro pegou meu celular e carteira, me levaram e andei boa parte do caminho de volta, até conseguir carona.

- Giacomo - abracei a cintura dele por instinto, quando percebi o que fazia tentei me afastar, mas ele não deixou, ficamos uns minutos assim - toma um banho, você precisa.

- tudo bem - ele me soltou, o deixei ali e fui para a cozinha procurei algo fácil de preparar, quando não achei pedi comida, entrei em outro site de um mercado que vendia de tudo até roupas, procurei algo que daria para Giacomo vestir e comprei, trinta minutos, seria mais rápido que quase duas horas para lavar e secar e ainda ter que usar uma camisa rasgada.

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