⁴⁸* Toda a verdade.

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Pov'Giacomo.

Ellen estava certa, eu queria magoar ela, queria que ela sofresse como eu estava naquele momento, precisava descontar toda a raiva que sentia, poucas vezes senti aquele ódio insano, aquele desejo de matar, eu queria ter desfigurado aquele babaca, não só por imaginar ele transando com ele, mas por imaginar ele segurando meu filho, por ele ter ido até ali como se fosse um super herói disposto a proteger Ellen do cara mal, o cara mal, que seria eu, estava com raiva porque ela o fez acreditar que a abandonei grávida, claro que seria muito mais fácil falar isso do que a verdade, mas ainda sentia raiva.

- não faz isso...  Eu não vou fugir, mas não posso ir embora.

- por causa do Pisciare?

- por causa de Catherine, ela largou tudo para me seguir, ela tem um trabalho, uma vida.

- acha mesmo que eu me importo? - ri sem graça, eu não estava me reconhecendo, meus pensamentos, meu modo de falar até de agir me faziam lembrar de Giancarlo com sua marca de ironia, seu sorriso sarcástico e sua palavras pesadas,  nunca me senti tão parecido com ele quanto naquele momento, nunca me senti um mafioso ate aquele momento - eu não quero saber... Não tem outra opção - eu queria causar medo, deixar claro que não seria mais feito de idiota.

- você está sendo irracional.

- e você acha que tem outra opção - murmurei com raiva, queria gritar, quebrar aquela casa, mas segurei minha raiva por causa de Guilhermo, ele era o que aplicava parte da minha fúria, por ele estava naquela casa e não matando o desgraça que Ellen deixou perto do meu filho.

- Gio - Ellen me encarou, seu olhar era sofrido, ela ficou uns segundos em silêncio e depois perguntou, na verdade foi bem mais que isso, ela parecia ponderar o que havia falado - pra onde vamos?

- ainda não sei...

Ela caminhou até onde estava e pegou minha mão, pensei em me afastar mas Ellen segurou firme.

- você me odeia agora? - sua voz era suplicante.

- sinceramente? Eu queria ... Seria mais fácil - admiti.

- eu sei - ela sorriu um pouco - eu tentei e não consegui.

- não me olha assim - pedi.

- como? - seu tom inocente era só um disfarce para seu olhar sedutor, eu ainda a conhecia bem.

- Ellen! - sussurrei seu nome como um súplica.

- eu estou com medo, mas não quero te perder.

- você me deixou Ellen... Você escolheu partir, isso seria perdoável... Se não tivesse me feito acreditar que matou nosso filho.

- não posso dizer que me arrependo, mas eu queria que pudéssemos ter partido juntos, nos quatro...

- mas não aconteceu, você me deixou na merda...

- eu fiz - Ellen soltou minha mão e voltou para onde estavam os cacos e começou a recolher todos.

Me aproximei dela e comecei a recolher os cacos, me sentia muito melhor agora, não com menos raiva, mas menos tenso, quando recolhemos tudo ela varreo e levou tudo para a cozinha, a segui a observando jogar fora os cacos, depois foi até a geladeira e pegou uma garrafa com água, se serviu e bebeu, pegou outro copo e me entregou com água.

- não tem algo mais forte? - brinquei ame sorrir.

- você já é nervoso o suficiente bebendo só água - ela também brincou sem sorrir - está com fome? Cansado? Sei lá.

- vai cuidar de mim, como no dia que bati na sua porta machucado?

- e sumiu no outro sem dar notícias? - ela também sabia ser maldosa.

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