⁹* Você não tem escolha.

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Pov'Giacomo.

Acordei com uma sensação horrível, cada parte do meu corpo dóia, meus músculos pareciam estar derretendo sob minha pele, levei uns segundos para conseguir lembrar de tudo, O BATISMO, depois um deles pegou minha carteira e meu celular e disse que eu poderia ir embora, sai daquele lugar sentido mais medo do que quando entrei, eu tinha certeza que alguém iria atrás de mim, só de lembrar do que aconteceu naquele lugar sentia o medo voltar, caminhei por um tempo até conseguir uma carona, então bati na porta de Ellen, ver ela foi como um alívio, não sabia que ficaria tão feliz em ver a garota,  depois ela cuidando de mim, nosso beijo, meu sonho ver Giancarlo dizendo que iria mata-la foi atormentador demais, saber que era minha culpa. E depois o acalento de ter ela em meus braços, eu não sei o que mudou entre a última vez que a vi e nosso reencontro, mas algo mudou.

Na verdade tudo havia mudado, percebi que estava errado sobre querer vingança, que Ellen não era algo que poderia usar, eu não queria isso também, nos últimos meses a conheci de tantas formas durante cada conversa, descobri tantas coisas que me fizeram admirar ela, engoli em seco ao perceber o que havia feito, olhei para o lado e ela ainda dormia, ela realmente parecia um anjo, e eu não a merecia, talvez antes naquela tarde quando a conheci somente como a garota que salvou minha filha, mas não depois quando tive intenção de apenas usar ela, merecia o inferno que me joguei, levantei da cama e me vesti tentando não acordar ela.

- desculpa! Vou te deixar ficar bem - minha voz era só um sussurro quase inaudível, acariciei o cabelo dela - sinto ter tentado te usar, mas costumo tomar decisões idiotas.

Como a de voltar para a máfia e querer vingança.

Sai da casa dela me sentindo um merda, nos últimos meses eu só havia tomado decisões erradas, todas só estavam piorando ainda mais tudo, mas saber que perdi Jeanine por culpa do pai de Ellen, por culpa de algo que eu tentei tanto fugir, saber que mesmo que eu não tivesse escolhido voltar ele arrumaria um modo de me ter....

- ele arrumou um modo!

Não. Não. Giancarlo nunca faria isso.

Ia seguir para casa, mas ao invés disso mudei meu caminho para a casa dele, avistei um táxi e chamei, entrei nele e dei o endereço.

Sentia meu corpo frio, como se meu sangue tivesse virado água congelada, chegava a ser doloroso, eu sei que dentro da máfia apesar de existir leis, muitas vezes não existia limites, mas matar Jeanine e quase matar meus filho seria demais, só que isso faria muito mais sentido do que Jeff tentar me matar, a mim que passei mais de dez anos longe.

Mas meu pai teria motivos, ele sabia que não seria eu a estar no carro, talvez não imaginasse que as crianças estariam juntos, ou sim, se Ellen não tivesse ajudado os três estariam mortos por que o carro teria explodido com eles dentro, imaginar ele arquitetando algo assim era assutador de mais. Porém fazia tanto sentido, ele saber quem fez, não querer me deixar usar Ellen, sua calma ao saber de tudo.

- só um momento - falei quando o taxista parou, desci do carro e como sempre antes de bater na porta ela se abriu - preciso, por favor pague o táxi - falei e entrei na casa - pai? - chamei alto - Giancarlo?

Esperei até ele aparecer.

- filho, bom dia - ele saiu do escritório - ao que devo a honra da sua visita?

- quero uma resposta!

- outra? Está sempre cheio delas - ele zombou.

- você mandou matar minha família?

- o que? - ele soltou alto - de onde tirou isso?

- você falou que eu acabaria voltando, e só tinha um jeito de acontecer... E era Jeanine morta, você mais que ninguém ia ganhar com isso.

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