Vingança, segredos e poder.

²¹* Vamos ser amigas.

Pov'Ellen.

Acordei ao lado de Giacomo e tentei ver aquilo como algo bom, já havia se passado uma semana desde o ocorrido, Eric ainda estava me evitando, meu pai também, falei para Gio que ia até a casa deles, mas ele me pediu para não fazer, para esperar um pouco, as ligações continuaram por três dias, e agora pararam, mas uma parte minha ainda sentia medo, Catherina ainda me evitava, não respondeu nenhuma da minhas mensagens, dar tempo ao tempo era difícil.

Levantei da cama devagar e fui para o banho, ainda estava com um índice de roupas limitado, Giacomo me fez ir até o shopping e comprar roupas, logo depois de sairmos da delegacia onde precisei ir para depor, também precisei tirar novos documentos, muita burocracia e nenhuma pista sobre quem destruiu minha casa, mesmo agora ela estando liberada, eu não queria voltar, estava com medo, então compraria outra casa, porque também não queria voltar para a casa de Jeff, uma parte minha sabia que ele e meu irmão estavam metidos em algo perigoso.

Olhei o espaço que antes pertenceu a Jeanine, senti um frio na barriga, sentia ele sempre, Giacomo viveu ali com a mulher que ele amou por anos, com quem teve filhos, dividiu sonhos e um closet, agora eram minha roupas ocupando o espaço que pertenceu a ela, eu sabia que ela estava morta, que não voltaria tentando reatar um casamento, mas um parte minha sentia uma ponta de ciúmes, era bobagem, mas não conseguia evitar.

- bom dia - Giacomo parou na porta do closet e se apoiou nela.

- bom dia Gio.

- tudo bem? - ele levantou uma sobrancelha.

- sim, estou decidindo o que usar...

- você fica linda de vestido - ele comentou seguindo até onde eu estava e beijou meu ombro - qual a ocasião?

- vou até a fábrica, vou conversar com Eric, e ele não vai poder fugir.

- eu sei que quer respostas, merece elas... Mas acho que não deveria procurar.

- por que acha que ele está metido com algo errado? - foi uma pergunta, mas eu já sabia a resposta.

- porque quanto mais se sabe sobre esse tipo de coisa, pior é.

- "esse tipo de coisa" ... máfia? - questionei - acha que é isso?

Giacomo não respondeu de início.

- não sei, mas seja o que for... te colocou em perigo.

- não acha que exatamente por isso eu mereço saber? - perguntei em um sussurro.

- eu acho que se for algo assim ele não vai falar, o máximo que vão receber é mais mentiras, é isso que quer? - Gio me olhou preocupado.

- não, eu quero não sentir medo, tenho medo de sair de casa e ir trabalhar... de ficar aqui sozinha, de... tudo a minha volta.

- Ellen - Giacomo pegou minha mão e beijou - juro por minha vida que não vou deixar nada de acontecer.

- não pode garantir isso!

- não, mas eu vou fazer o impossível para garantir.

- não sei o que vou fazer se eles estiverem envolvidos com algo semelhante a máfia, eu os odiaria.

- nunca os perdoaria? - Giacomo perguntou em um tom duro.

- nunca - afirmei - não poderia.

- mesmo que tenha sido para o seu bem? Para te proteger? - ele continuou, sua voz era calma, mas seu olhar era cauteloso.

- a sempre outra opção, e a mentira não está me protegendo.

- nem sempre á outra opção - ele questionou - quando a única opção é proteger quem amamos.