³* Bem vindo de volta a família.

58 13 17
                                    

Pov'Giacomo.


Acho que a pior parte era voltar ao "normal", um pouco mais de um mês após o acidente a vida estava como era, ou deveria ser, francesca ainda estava se recuperando do acidente, eu voltei ao trabalho, tentei não ficar só pensando em Jeanine morta, Giancarlo estava em busca de informações sobre a filha de Jeff, paciência era a palavra da vez ter que esperar para saber mais, paciência nunca foi minha maior virtude, e isso irritava bastante minha esposa, só de pensar nela sentia a dor em meu peito voltar, junto com o ódio.

Estava caminhando em direção a cafeteria quando esbarrei em alguém, segurei a garota antes dela cair, quando levantou o rosto a reconheci. Era o anjo, a garota que salvou Francesca.

- sinto muito - falei.

- eu também - ela ia seguir, mas segurei sua mão para a impedir.

- não lembra de mim?

- sim, o viúvo tosco - seu tom foi rude.

- viúvo tosco? - isso me fez rir - ah, desculpa por aquele dia.

- que seja - ela tentou voltar a andar.

Mas continuei segurando sua mão, a garota olhou nossas mãos unidas, depois nos meus olhos, havia uma certa fúria neles, era quase assustador.

- sempre segura as pessoas contra a vontade delas? - sua pergunta saiu em um tom rude.

- não - soltei a garota - quero só me desculpar, estava transtornado... me chamo Giacomo.

Fui totalmente sincero, eu mal lembro daquela tarde, só flashes e ela me chamando de escroto, o que possivelmente eu fui, Jeanine costumava falar que a delicadeza nunca foi meu forte.

- tudo bem, como está sua filha?

- bem, está se recuperando - murmurei - posso te pagar um café? Para agradecer?

- agradecer por não ter salvo sua esposa? - a voz dela era dura. Eu era tosco e aquela garota era chata e mimada, um tanto arrogante, foi eu quem ficou viúvo, ela ficava reclamando por não ser venerada por seu ato heróico?

Respirei fundo e respondi.

- por salvar Francesca... Fez muito mais do que deveria.

- sou médica, tenho um dever de cuidar... E estou com presa.

Que garota irritante.

- dez minutos... Por favor.

- ok, Giacomo - a garota revirou os olhos.

- qual seu nome? - perguntei a guiando em direção a cafeteria onde estava indo.

- Ellen...

- você é nova aqui? - notei o leve sotaque dela - é americana?

- sim, e não - ela riu.

- confuso.

- morei nos Estados Unidos nos últimos anos, mas nasci aqui... Como está? Sabe depois do acidente.

- levando, tenho uma filha que precisa de mim... Não durmo direito a um mês, quando consigo isso é por que apaguei no sofá do escritório, nunca mais dormi na minha cama - falei rápido e me arrendi, informação demais para uma quase desconhecida.

- na sua casa não tem outro quarto? Sabe?

- tem, mas não tem nada nele - minha voz era um tanto frustrada, estava me sentindo exausto - o outro quarto vago é o de Julian, e também não ajudou.

- deveria comprar uma cama, mudar para o quarto até tudo melhorar - Ellen sugeriu - não vai melhorar tão rápido.

- acho que tem razão... - suspirei e mudei o assunto - aquela tarde no hospital, sinto por aquilo, estava fora de mim, mal lembro de como cheguei ali, da nossa conversa, não estou me justificando por ter sido um ... Escroto ... Ainda sim, sinto por ter lhe destratado, você fez mais do que a maioria faria em um caso desses, eu sei que fez o melhor que pode.

Vingança, segredos e poder.Onde histórias criam vida. Descubra agora